8:16A convicção dos eleitos

Todos os representantes dos Legislativos e os comandos dos Executivos deste país foram escolhidos pelo voto popular. São a cara do país – para o bem e para o mal. Ungidos, assumem a postura dos santos, mesmo que sejam a encarnação do demônio em pessoa e atos. Se ultrapassam os limites da bandalheira e são pegos em flagrante, passam a ser execrados por quem os colocou lá. Às vezes são trocados, pelo voto, por outros de pior estirpe. Às vezes permanecem naquela mundo descolado do outro, o daqui de baixo, da ninguenzada, dos seres normais cujo único poder concedido é aquele proporcionado pelas eleições, cujo comparecimento é obrigatório, mas passíveis de todo tipo de manipulação, a começar pela propaganda sempre enganosa. Assim caminha o país – hoje, descalço, pisando em brasas e assistindo ao dantesco espetáculo da disputa pela chave do cofre maior, pois os que foram eleitos, como sempre, continuam seguindo o script da convicção bem resumida no bordão do personagem humorístico Justo Veríssimo: “Eu quero me arrumar!”

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