Ministério dos hobbits
Ministérios aos partidos nanicos: Dilma, a Senhora dos Anéis.
A fuga dos comediantes
O SBT perde comediantes para a concorrência; o governo Dilma, também.
Bem grande
A apresentadora manda um “beijo bem grande” aos que a ouvem e veem. “Beijo bem grande” é sonho de consumo de dez entre dez héteros e homas. ‘Grande’ seria o beijo lambido, francês, grego, entre tantos referidos na literatura? Falta um ombeijodman, o ombudsman do beijo, no rádio e na televisão
Pré-saudade
O PMDB iniciou a briga interna pela agenda econômica do governo Michel Temer: aperto ou frouxura, ortodoxia ou fisiologia. O governo Sarney, também de vice, teve improvisações e demagogia que levaram o Brasil ao fundo do poço, com os fiscais populares de preços e os planos frustrados de Mailson da Nóbrega e Bresser Pereira.
Temer terá que suprir apetites e interesses da malta que votará pelo impeachment de Dilma. O PMDB não tem a disciplina e a unidade do PT; é uma constelação de coronéis, pós-modernos mas sempre coronéis. Como brasileiro cai na nostalgia diante da primeira dificuldade ou decepção, ainda teremos saudades de Dilma.
Turismo à mortadela
A Polícia Federal investiga viagens ao Panamá de dois irmãos, um sobrinho, um filho de Lula e dos ‘donos’ do falado sítio de Atibaia. Segundo vazou para a imprensa, a investigação visa apurar se as viagens tinham por fim tratar de negócios relacionados a propinas ou corrupção nos governos petistas.
Esses vazamentos têm mais especulação que fatos, e desabonam a PF, que deixa pegadas de jogo de jogo corporativo. Até prova necessariamente robusta em contrário os Lulas da Silva foram ao Panamá fazer turismo – prosaico, de discutível gosto. Miami, alternativa coxinha, não atrai os Lulas. Antes ser mortadela no Panamá.
Freud explica
O ministro Jacques Wagner, porta-voz de Dilma, declara que o PMDB “saiu do governo na hora certa”. Só que até a derradeira hora o governo lutava para manter o PMDB.
Freud explica – o cientista, não churrasqueiro de Lula. O ministro pratica a racionalização, o mecanismo psicológico de justificação de erros e situações negativas.
Se tivesse lido a fábula, Wagner não passaria recibo. Então vai, direto do Google:
Morta de fome, uma raposa foi até um vinhedo sabendo que ia encontrar muita uva. A safra tinha sido excelente. Ao ver a parreira carregada de cachos enormes, a raposa lambeu os beiços. Só que sua alegria durou pouco: por mais que tentasse, não conseguia alcançar as uvas. Por fim, cansada de tantos esforços inúteis, resolveu ir embora, dizendo:
– Por mim, quem quiser essas uvas pode levar. Estão verdes, estão azedas, não me servem. Se alguém me desse essas uvas eu não comeria. Moral: Desprezar o que não se consegue conquistar é fácil.
Mote/desmote
“Impeachment sem crime é golpe”, o mote dos defensores de Dilma. Desmontando o mote: Crime sem impeachment é golpe? Golpe sem impeachment é crime? Impeachment sem golpe é crime?
enquanto ficamos discutindo se é golpe ou é crime um monte de trabalhadores estão sendo chamados no Departamento de Pessoal para fazer o “acerto”. Segundona pela manhã uma nova leva vai ocupar as cadeiras da Agência do Trabalhador. Se perguntados muitos não saberão dizer se o impeachment é crime ou é golpe, o que a maioria gostaria de ouvir é quem tem emprego naquela empresa ou em uma outra. O resto os desocupados é que percam tempo discutindo.