Do Portal Bonde, em reportagem de Thamiris Geraldini
Após inúmeros assaltos registrados a bancos na região do Vale do Ivaí, moradores da cidade de Ivaiporã se mobilizaram para levantar recursos e adquirir armamentos pesados para os policiais do município. A iniciativa, encabeçada pelo Conselho de Segurança (Conseg) e do Conselho Municipal Antidrogas (Comad) de Ivaiporã, conseguiu levantar R$50 mil que serviu para a aquisição de seis fuzis.
De acordo com o presidente do Conseg, Jair Burato, a mobilização surgiu a partir da necessidade de melhorar o armamento dos policiais do município. As novas armas devem otimizar a ação da polícia principalmente em ações contra quadrilhas de explosões de caixas eletrônicos, que sempre agem fortemente armadas.
“Diante dos registros de ocorrências envolvendo assaltos e explosões a caixas eletrônicos, com bandidos portando armamentos pesados e superiores ao que dispúnhamos, nós observamos a necessidade de armar melhor os nossos policiais. Por isso, fizemos uma mobilização junto aos comerciantes e empresários da cidade, sensibilizando-os pela necessidade, e acabamos conseguindo arrecadar recursos para investir na nossa segurança”.
No total, foram adquiridos seis fuzis. Dois serão utilizados pela Polícia Militar de Ivaiporã e um pela Polícia Civil, os outros três serão empenhados nas cidades de Borrazópolis, Lidianópolis e Faxinal. Cada fuzil custou em média R$8 mil.
“É bem mais rápido nos organizarmos para resolver o problema do que ficarmos aguardando uma mobilização do Governo. Há quanto tempo o Estado está atrás de comprar fuzil para as cidades e ainda não veio nada? Nós fizemos o que era necessário, sem precisar aguardar toda a burocracia dos órgãos públicos”, afirmou.
As armas já foram compradas e deverão ser entregues aos policiais ainda neste mês. Além da cidade sede, a 6ª Companhia Independente de Polícia Militar de Ivaiporã atende as cidades de Arapuã, Ariranha do Ivaí, Jardim Alegre, Udianópolis, Faxinal, Borrazópolis, Cruz Maltina, Grandes Rios, Rio Branco, Rosário e São João do Ivaí, Godoy Moreira e Lunardelli.
Perguntar não ofende:
Já que o Estado não faz, não deveriam ser então as vítimas dos assaltos, i.e., os bancos, a se movimentarem nesse sentido??
O dinheiro roubado é do banco (que, aliás, tem seguro para esses casos) mas quem compra as armas são os moradores da cidade??!!
Esse pessoal do Vale do Ivaí deve achar que paga pouco imposto…
Que inversão de valores. Esses dias policiais militares foram até uma revenda de veículos solicitar doação de peças usadas para reparo dos veículos que usam no trabalho. E o governo se apavoa todo ao falar em segurança.
Não anuncia isso que é capaz dos caras voltarem lá e levarem os caixas, o dinheiro e os fuzis.
Hummm… dois pontos para esta escalada armamentista… primeiro, em vez de atuar na resolução da tipologia criminal e sua origem, o instinto humano cria uma reação do tipo “o meu tacape é maior”… o Rio de Janeiro foi por este caminho nos anos 90 e até hoje encontra dificuldades em mudar o paradigma estabelecido desde então… segundo, o acesso a armamento mais ‘efetivo’ não significa ‘eficácia’ no combate a determinado tipo de crime, isto se comprovou em vários momentos tanto aqui no Brasil quando situações alóctones …
A psicologia primitiva de ter o “maior tacape” é só um pensamento mágico de ter mais segurança, mas o resultado é o contrário…