Joel Malucelli é citado de novo como provável candidato a enfrentar as urnas, agora ou em 2018. Mais que bem sucedido como empresário, multimilionário, essas tentativas dele, se reais, fazem lembrar o grande Antonio Ermírio de Morais – com a diferença de que este teve coceira apenas uma vez, para ser presidente da República, e desistiu quando sentiu o pântano em que estava se metendo. Se for real a especulação, Malucelli ainda tem tempo de desistir.
Será que ele passará a ter a humildade, o desprendimento, a dedicação ao trabalho e às causas sociais de Antônio Ermírio.
Só para exemplificar: Antonio Ermírio não se comportava como rico. Andava com roupas amassadas e em carros velhos, sem ar-condicionado. “Em 1995, ele trocou uma Caravan por um Santana usado de 1991”.
Além de possuir uma rotina espartana na administração de suas empresas, era um benemérito da Beneficência Portuguesa. Passava lá três vezes por dia: de manhã, no intervalo do almoço e no fim do expediente, quando ia até a capela agradecer por ter podido ajudar os pacientes. Uma vez, viu um homem roubando um vaso sanitário enquanto o segurança do hospital dormia na guarita. Passou uma bronca nos dois.
Antônio Ermírio ainda encontrou tempo para se dedicar ao teatro — ele escreveu três peças sobre a injustiça social brasileira.
Caso o J. Maluceli passe a fazer tudo isso, poderá ostentar o título de admirador do Antônio Ermirio. Para se comparar a ele deveria ter começado a fazer isso aos 18 anos e sem qualquer intenção de entrar na vida pública, muito menos de utilizar tais qualidades como propaganda eleitoral.
No Brasil a riqueza tem sempre o Estado como grande patrocinador. Monopolistas, empreiteiros, oligopolistas, concessionários…