de Ticiana Vasconcelos Silva
O vento sou eu
Que digo a palavra vento
No espaço entre a memória e o tempo
Nas sublinhas da matéria
Sacudo a poeira das palavras
E rego vertigens sublinguais
Sou a perfídia da loucura
Que nas linhas obscuras
Solapam a tristeza nua
De onde escorre a poesia diurna
Matarei a fome dos ímpios trovadores
Sem a prosa nem as dores
Dos mortais que em mim vivem
Saberei do fim quando for triste.