Curitiba e Região Metropolitana começam o ano com uma greve de motoristas e cobradores – parcial, segundo informa o site do jornal Gazeta do Povo. Em brasileiro isso quer dizer que a ninguenzada está se ferrando por conta da queda de braço entre a prefeitura e os donos das empresas de ônibus, que jogam bruto ao não pagar os funcionários alegando falta de dinheiro neste negócio onde há famílias que, tadinhas, sofrem há décadas tendo prejuízo, mas não largam o osso e fazem o diabo para continuar dominando o setor. Em ano de eleição municipal, a guerra é total e os sindicatos, tanto dos patrões como dos funcionários, são sindicatos, no pior termo que se pode pensar. A massa de manobra é quem vota. Os senhores vereadores, nessa hora, perdem a língua. Os integrantes do Ministério Público olham para o céu, assoviam e, para disfarçar, marcam uma reunião entre as partes para chegar a um consenso. Quem tem de trabalhar e precisa pegar o busão, ah, essa é uma questão de somenos importância para essa turma que paira sobre tudo. Nunca é demais relembrar que aquela auditoria feita em 2014 por uma equipe de técnicos do Tribunal de Contas, além de expor uma parte das entranhas podres do sistema, demonstrou que a tarifa poderia ser menor e mesmo assim as empresas teriam lucro. As contestações foram derrubadas, mas a coisa continua como está. Curitiba implantou a via calma. Vai ver que não é só para os automóveis e seus donos. Deve ser para os que se espremem dentro dos ônibus e ficam aguardando de quanto vem a cacetada do aumento da passagem.
O quadro está negro.