Durei até um segundo atrás. O falecido Eu segue-me e empurra-me para este novo, exigindo um outro. A cada segundo, sou um segundo Mim. Existindo, sou imediatamente extinto. Buscar-me e sepultar-me é o meu instinto. Instinto que entre Mim e o outro Eu não distinguo. Eu, enquanto outro, sempre e nunca encontro. Eu, enquanto vivo, impossível Mim e desejante Ouro. Ser outro é o motor do meu Eu, que à frente está cristalizado. Jamais realizado, pois estou-me todos ao meu lado. Sou, enquanto Eu-estável, um funeral e uma transposição, um Eu-vapor que condensa todo o Amor enquanto Eu durar.