Do blog Cabeça de Pedra
Ela foi à feira de artesanato na praça principal da cidade. Lá ouviu o som da flauta e se encantou. Procurou a origem. O músico era belo, cabelos longos e encaracolados. Ela olhou para ele. Ele olhou para ela. Se apaixonaram na hora. Ele parou de tocar e pediu para ela acompanhá-lo. Ela não exitou. O percurso era curto. Ele abriu um portão de ferro, os dois atravessaram um corredor estreito e tudo se abriu para um casarão sombrio. Subiram para o quarto. Ele disse que precisava mostrar algo para ela – e apontou para um armário onde uma cortina substituía a porta. Ela chegou mais perto. Ele puxou o pano de uma vez. Havia dezenas, talvez centenas de imagens do Demônio. Os olhos dela brilharam. Ele voltou a tocar, agora uma música tétrica. Ela se virou com os olhos vermelhos e disse que também tinha uma surpresa. Pediu para ele abrir a porta do quarto. Ele abriu. Foi atacado por milhares de ratos esfomeados. Estavam também hipnotizados pela música.