por Rogerio Distefano, publicado em seu Maxblog (www.maxblog.adv.br):
As aposentadorias de governadores ativam a memória. O blogueiro aqui deu parecer sobre a aposentadoria de governadores, nos idos de 1989 do século passado. Pedido da Casa Civil, chefiada por Wagner Pacheco, governo Álvaro Dias – ao fundo, Roberto Requião candidato a governador, José Richa candidato ao Senado. Tudo legal, moralidade à parte, dizia eu, chamando a atenção para o caso do deputado Antonio Anibelli, pai, que recebia pensão tendo sido governador interino por menos de trinta dias – fato omitido na reportagem do Estadão.
O parecer vinha com certidão do Tribunal de Justiça, porque as aposentadorias e pensões de governadores eram pagas pelo TJ, porque vinculadas ao vencimento de desembargadores – uma estupidez brasileiríssima, essa. O parecer caiu na mão de Wagner Pacheco, que havia sido procurador geral do Estado (o melhor, em todos os tempos). Não sei porquê, talvez premonição, ele conhecia a malta – nunca mais falei com ele – Wagner tirou cópia da certidão do TJ e me entregou.
Volto das férias, a Polícia Federal no meu encalço, denúncia do PSDB, crime eleitoral, tinham feito montagem da certidão do TJ para só aparecer José Richa como recebente da pensão. A quem aproveitava? – A Roberto Requião, presumo, porque logo em seguida a meu depoimento na PF, chamam, entre outros, Luiz Cláudio Romanelli, peça-chave na campanha de Requião. Poupo-lhes do que vem depois.
Fico no essencial. Ontem e hoje considero imoral aposentadoria de ex-governador. Fui otário útil na campanha de Requião contra José Richa. Depois disso ouvi Requião – na presença de desembargadores – dizendo que estava tranqüilo com seu futuro: teria aposentadoria de governador. Como disse o francês cujo nome sempre erro, “o estilo é o homem”. Qual homem, qual estilo, preciso dizer?
Essa confissão não te exime da ardência das profundezas.
Esta tua história esta meio nebulosa, já que ate hoje passados mais de 15 anos de termino do primeiro Governo de Requião, e ate hoje ele não procurou receber o direito a ele assistido. Direito acho eu que pode ser legal, mas que é imoral isso é, e por ser imoral Requião o dispensou.
Prezado Rock
Requião nunca dispensou a “imoral” aposentadoria. Nunca teve direito, em verdade. É que ilegal seria a cumulação com outros vencimentos e ele nunca ficou sem uma boquinha desde então, pois logo foi senador e depois voltou ao governo.
Mas sempre com o voto popular, isso é com benção do povo.