por Célio Heitor Guimarães
Comissão especial da Câmara de Deputados, encarregada do exame das alterações do Estatuto do Desarmamento, aprovou nessa terça-feira, por 19 votos contra 8, o texto-base do projeto apresentado pelo prendado deputado mineiro Laudívio Carvalho. O disparate foi renomeado de Estatuto de Controle de Armas de Fogo, mas deveria chamar-se Estatuto do Armamento ou, melhor, Manual da Morte.
O texto, entre outras idiotices, reduz de 25 para 21 a idade mínima para a compra de armas no país (por que não para 12?!). E estende o porte de armas a deputados, a senadores e a pessoas que respondam a inquérito policial ou processo criminal. Não houve erro do redator que vos digita não, atento leitor. Parlamentares poderão, sim, desfilar de pistola no cinto no Congresso Nacional, assembleias legislativas e câmaras municipais – embora a companheira “presidenta” e o menino Richa permaneçam desarmados por força da lei. Ah, sim, e os investigados em inquérito policial ou processo criminal terão autorização para depositar sobre a mesa os seus trabucos durante os interrogatórios. Não é gozação. Está lá no texto do projeto aprovado.
Mas não é só: a promoção legislativa amplia a validade do porte de armas de três para dez anos e a gratuidade no cadastramento de armas. E como desgraça pouca é bobagem, o projeto autoriza a importação de armas, partes e munição desde que o produto fabricado não atenda às especificações técnicas e de qualidade pretendida pelo adquirente (!)…
O sagaz Laudívio afirma que sua iniciativa atende à vontade da maioria dos brasileiros, que teve os seus (deles) direitos tolhidos pelo Estatuto do Desarmamento de 2003: “A proposta devolve ao cidadão de bem o direito de trabalhar pela sua própria segurança”.
Quer dizer: armemo-nos todos e partamos em direção à morte! Laudívio garante a nossa vida!
Que beleza! Logo chegaremos ao nível do império norte-americano e poderemos comprar armas na drogaria da esquina ou importá-las pelo correio, promovendo matanças coletivas em escolas, supermercados e igrejas, como a moçada de Tio Sam. Maldito seja, ó Laudívio! O demônio te saúda, prenhe de gratidão!
Olha aqui, deslustrado deputado. Sem ferir o decoro parlamentar e com o perdão da má palavra, no vulgo estás promovendo uma extraordinária cagada. Ou seja, facilitando que mais uma criança encontre em casa aquela arma comprada pelo pai com as facilidades promovidas por v. exª. e, ao exibi-la ao irmãozinho e a um amiguinho da mesma idade, estoure os miolos de um ou de outro senão os próprios.
Vou repetir o que disse nos idos de 2005, quando o Brasil foi autorizado a continuar fabricando armas e os brasileiros a usá-las: basta de hipocrisia!
Se acharem que temos uma arma em casa ou na cinta os bandidos deixarão de nos atacar? Claro que não. Continuarão atacando e nos matarão com as nossas próprias armas.
Os membros da patuleia, o sujeito comum, que trabalha, estuda e segue o seu caminho, não sabe usar armas. Nem quer saber. Acha que combater o crime é coisa da polícia. E, para tanto, elege os governantes e paga impostos. Tem direito à segurança e deve exigi-la. Está mais do que na hora de responsabilizarmos pessoalmente as autoridades públicas por cada assalto, cada sequestro e cada assassinato que ocorra nas ruas, nas estradas, nas praças ou nos lares da população.
Não será, com certeza, armando todo mundo que resolveremos o problema da criminalidade. Já vi muita desgraça irreparável nascida de um momento de emoção ou de um gole a mais de pinga. Bastou haver uma arma ao alcance da mão.
Também não será transformando o Brasil na Dodge City de Matt Dillon e Wyatt Earp ou participando de um duelo no O.K. Corral de Tombstone, ao lado do mesmo Earp, de Doc Holliday e dos irmãos Danton, que a coisa se resolverá. Aliás, os Jesse James e os Billy the Kid brasileiros estão à solta por aí.
Além do que, esses filmes nós já vimos. E sabemos que todo mundo morre no fim.
Este artigo deveria se chamar as: ” As asnices de Celio Heitor, o humanista que tem inveja de Charles Albert”.
Oras, primeiro usa como argumento porte de armas para políticos, como se o importante do projeto fosse isso. Segundo, desfila todo veneno, em um País com 60 mil homicídios, onde a segurança não da conta e o cidadão de bem tem vedado seu direito de defesa. A opção de ter ou nao ter uma arma, e suas consequências, são responsabilidades INDIVIDUAIS meu senhor. Agora, armas nas mãos de delinquentes, ah..isto pode… e ainda vai ter os advogados dos direitos humanos e os pensadores para justificar as atrocidades na “falta de oportunidades” que estes bandidos tiveram na vida.
Com a devida vênia, o Brasil é um País de bandidos, os cidadãos são reféns de todos os infortúnios, e os maiores colaboradores (alem dos bandidos oficiais (políticos) e os bandidos) contam com os metidos a intelectuais como este cidadão. Seus artigos sempre demonstram ódio, inveja, entre outras coisas. O espaço dado aqui pelo grande Ze Beto, mancha esta bela página. Mas enfim….Viva a Liberdade de escolher se quer ou não se defender. Abaixo aos demagogos e picaretas da nossa sociedade. Aos intelectuais, aos Jeans Willys, Sibas Machados, Verissimos, e Guimarães. A sociedade vai bem melhor quando as delinquencias faladas por esta gente são devidamente apontada. Celio, continue com seu saudosismo tempo de Bob Req, destilando seu veneno contra Charles Albert…principalmente porque apesar de histérico e invejoso, transforma os artigos em comédia. E é sempre bom rir, não interessa se do tema ou do articulista.
O único detalhe contrário nessa nova proposta é de fato o de políticos terem o porte para sua proteção. Neste caso há uma discordância porque a proteção deve ser nossa contra os políticos.
Só é contra que o cidadão tenha uma arma aqueles que nunca tiveram que passar por um assalto, que nunca tiveram um ente sequestrado, que são blindados por uma segurança pública falha, aqueles que retoricamente se fazem de donos de uma verdade que coloca o cidadão
desprotegido que ao ter seu lar invadido fica no aguardo de uma polícia que chamada demora horas e mais horas para atender.