por Fernando Canzian
A luta pela sobrevivência de Dilma Rousseff e Eduardo Cunha está arruinando o país.
Desonestos, cada um ao seu estilo, a presidente pior avaliada e o deputado mentiroso desviaram a atenção do essencial: o país precisa parar de piorar. E rápido.
Mas todo capital político e energia que ainda lhes restam estão voltados para que se mantenham nos cargos e para evitar punições pelas malandragens aqui e na Suíça.
O quadro publicado acima é assustador. Os brasileiros foram às ruas protestar em março e agosto. Nada aconteceu. A piora só acelerou. Agora estamos em outubro, ainda mais deteriorados.
Não existe nenhuma hipótese, é preciso dizer, de o país se estabilizar e voltar a crescer sem que o palavrão do ajuste fiscal seja colocado em prática.
Sem isso, podemos esperar anos e anos de estagnação, desemprego e miséria.
A conta é simples: a dívida bruta do país é calculada como proporção do PIB. Quando o PIB cai ou não evolui e os gastos crescem, a dívida aumenta. Ela deve fechar o ano equivalendo 66% do PIB, poderá ir a 69% no próximo ano e a 71% em 2017.
Os selos de bom pagador do país que ainda restam irão embora muito antes disso, transformando o Brasil em um pária no ambiente financeiro internacional.
Com consequências dramáticas para empresas que devem em dólar, para a inflação e o PIB. O que só reforçará o círculo negativo.
A economia de mais de R$ 66 bilhões que o governo prometia em março para controlar a dívida pública neste ano evaporou e deve virar um rombo de R$ 50 bilhões. Isso apesar de cortes fortes. E o ano que vem?
É evidente que não vamos sair dessa sem novos aumentos de receita, via impostos. Mas como engolir isso com Dilma e Cunha na área?
Daí o impasse desse abraço de afogados.
Com a energia política desviada para sua sobrevivência, todas as Propostas de Emenda Constitucional, projetos de lei e medidas provisórias de Dilma que visam o ajuste fiscal estão paradas no Congresso. Consequência das chantagens de Cunha.
As mais importantes são a chamada DRU, que desvincula o destino de 30% da arrecadação federal (o que deixaria o governo livre para cortar ou dirigir gastos a outras áreas) e a CPMF, que garantiria uma arrecadação extra de R$ 42 bilhões.
De novo, quem daria o cheque em branco da CPMF e mesmo as facilidades da DRU para Dilma neste momento?
Mesmo isso só resolve o problema no curto e médio prazos. Pois existem bombas-relógio imensas mais à frente, como os gastos da Previdência, que já consomem 12% do PIB e não param de crescer.
Dilma e Cunha não têm mais como resolver essa questão.
*
Um dos maiores especialistas em contas públicas do país, Raul Velloso, aventa uma hipótese: Dilma precisa sair e deixar o comando a Michel Temer e a um novo ministro da Fazenda com trânsito junto ao vice-presidente e no Congresso. Que tenha uma visão macro da política e da economia. Sua sugestão é o tucano José Serra.
Ele faz uma analogia com o passado:
Fernando Collor chamou o conservador Marcílio Marques Moreira para a Fazenda a fim de tentar salvar seu governo. Não adiantou. O problema não era o ministro, mas o presidente.
Collor caiu. Entrou Itamar Franco, que chamou FHC para a Fazenda.
Dilma chamou o conservador Joaquim Levy para tentar salvar seu governo. O problema, de novo, não é o ministro. É a presidente.
Dilma pode cair. Entra Temer e chama Serra.
*Publicado na Folha de S.Paulo
Em princípio ninguém tem mais como consertar o que está aí. Tem razão o comentarista ao afirmar que existem bombas relógio para o futuro. A tendência é piorar. Quando da constituição de 88 o Doutor Ulisses disse: venceu a democracia. Ao que o Sen. Sarney, retrucou com grande sabedoria: mas deixou o país ingovernável. Benesses a algumas classes, direitos perenes e outras coisas mais. Agora quando alguns falam em cortar o Bolsa Família, lembram-se também de mexer com o Judiciário, o Legislativo, Ministério Público? Não, com esses não se mexe. Ganham percentual da arrecadação de impostos. Quem tem que pagar a conta dos desajustes são os pobres, que não participam do governo e da suas decisões. Então, existem Brasis diferentes, pois existem brasileiros diferentes. Por enquanto é isso.
A razão do comentarista está diretamente ligada aos fatos e não aos boatos. Os fatos são visíveis e sentidos pela população, principalmente aquela parte do povo que paga impostos e que contribui para que o pais cresça, não aqueles que pagam impostos para uma cambada acobertada pelos seus cargos especiais metam a mão nesses recurso e estourem o caixa do governo.
De nada vai adiantar criar, aumentar impostos ou qualquer coisa que se faça para ter novas receitas , para equilibrar e deixar o “famoso supetavit primário” real, para diminuir a divida pública e o percentual desta em relação ao PIB.
Tudo isso passa pela credibilidade , coisa que não existe, coisa que foi desmoralizada pelos comandantes de um poder , de um partido que veio para mudar, que veio para moralizar e fez justamente o contrário se locupletou com o dinheiro público para a manutenção do poder e criar um “moto contínuo” de corrupção.
Não só a continuidade do poder mas também enriquecer .
Quando vemos um relatório da CPI da Petrobrás do jeito que e está posto por um relator totalmente parcial, vinculado ao partido do governo , livrando a cara de todos aqueles que estão envolvidos e olhe que envolvidos não quer dizer culpados.
Com um simples exemplo dá para mostrar que pessoas como José Sergio Gabrieli, Graça Foster e também a então presidente do Conselho de Administração, Dilma, deveriam estar depondo e explicando o que aconteceu, pois se não forem culpados dolosamente o são por omissão, negligência.
Outro que precisa parar de dizer bobagens é o Lula, pois uns tempos atrás dizia ele que o Brasil jamais chegaria a ter problemas como a Grécia e hoje vemos que tem e ouvimos o próprio Lula dizer que o Brasil poderá ficar pior que a Grécia.
Portanto o país está solto, , a deriva num mar de lama para uns e no meio de uma tormenta para a maioria da população.
De tudo isso não dá para sabermos se é crime, é culpa, é omissão, é incompetência , falta de gestão ou é tudo isso que proporcionou as aves de rapina deixarem um esqueleto que até para enterrar está difícil
Pode desenhar, pintar, fazer musiquinha de cursinho, que o Governo e a sua legião de abduzidos não vão entender do mesmo jeito. Continuarão dizendo que a culpa é dos empresários e da imprensa golpista de direita.
Todos os poderes ocupados com o impesachmente dum e doutro. E quem está tomando conta do lojinha? pergunta Habib.