Do blog Cabeça de Pedra
Meu irmão bebia feito um gambá. Irmão de gambá, filho de gambá, gambá é. Um dia ele me contou que parou de entornar. Duvidei. Foi há quase trinta anos. Ele parou mesmo! Como estava muito distante, quis saber como aconteceu o milagre. Não, ele não foi ao AA e muito menos fez terapia. Gastava todo o dinheiro do salário pagando os tragos diários para ele e todos os amigos da birita. Andava armado. Não matou ninguém. Amém. Mas um dia, contou, que estava quase totalmente durango kid, e como também tinha o vício do cigarro, comprou um maço. Logo depois que pagou, viu um doce de padaria que mexeu com seus hormônios. Não pode satisfazer a fissura – estava completamente liso e quase louco. Aí resolveu parar com tudo. Foi o doce que tornou sua vida doce.
Eu fumava e bebia prá baraio. Só destilado, mais de litro por dia. Dia 27 de abril de 2007, senti puta falta de ar num hotel lá de Paiçandu, perto de Maringgá. O ar do quaerto era insuficiente, abri a porta e fui pro corredor, olhos estalados, vou morrer pensei. E pensei na minha Nossa Senhora de fátima. A respiração voltou. Não fumei mais o resto da viagem e no retorno, fiz exame, deu enfisema. Parei de fumar, mas continuei na cachaça. E sentia que bebendo, dava vontade de fumar. Dia 27 de julho do mesmo ano, to,mei um porrete lá na minha Santa Isabel do Ivai. Dois dias encarrilhados. Contando a noite no meio. Foi prá despedir, dia 29 voltei prá Ritiba e até hoje. Continuo frequentando buteco, bagto papo, jogo sinuca, mas não sinto vontade de nenhum dos dois. E não me tornei daqueles abstêmios chatos que fica pegando no pé dos outros. lembro que era gostoso, usai. E viva minha Maria de Fátima!