por Zé da Silva
Sagitário
A dúvida sempre foi se o caminho a seguir era de Omar Cardoso, Padre Cícero, Antonio Conselheiro, Volta Seca, Madame Satã, Silk, Arrelia, Jararaca, Zé Limeira ou o pedreiro que construiu a primeira casa que meu pai conseguiu depois de muitos anos melando a mão na graxa e sempre dizendo que a vida era uma graxa só. O negão tinha dois metros de altura, olhou o terreno estreito, comprido, mas com um poço no meio e desenho no chão duro o projeto, que acabou fazendo e todo mundo vibrou. Era a primeira vez que as crianças teriam um quarto só deles e, o máximo!, banheiro dentro de casa. Melhor foi fazer a cerca, toda ripada e melada de óleo para não apodrecer. Depois veio o muro que não nos segurou e eu fui olhar a vida destes cabras que já tinham entrado na retina por causa do nome, da sonoridade. Essa foi a melhor invenção, a do aprendizado. Mas o melhor de todos foi o negão. Ele fez a casa rápido, teve festa da cumieira e ela está lá, em pé, com outros moradores, mas sempre nossa – e do pedreiro porreta.