Pelo que se entende dos argumentos que defendem o Ministério Público e as polícias Civil e Militar sobre a lei que libera a venda de cerveja nos estádios de Curitiba, em dias de jogos os torcedores que ali comparecem se tornam incontrolavelmente violentos e usam a desculpa da partida de futebol para transformar estes locais em praças de guerra. O mesmo não acontece em bares, casas noturnas, postos de gasolina, casas onde acontecem festas familiares, etc. Vai ver que nestes locais só sirvam cerveja sem álcool, sucos, chás e água. Sobre a presença de bandidos travestidos de torcedores nas torcidas organizadas, problema sério que acontece há anos… nada. Sobre o fato de a cerveja ter sido liberada nos jogos da Copa do Mundo, também não se tem notícia de reação semelhante ou apresentada uma estatística onde se comprova por a mais b que a coisa descambou. E o que aconteceu por causa do consumo de cerveja nos estádios do Brasil desde que a bola aqui chegou no início do século passado? A se enxergar por este viés vesgo dos que querem que a proibição continue, em breve não vão permitir, por exemplo, que se consuma cerveja no Parque Barigui nos finais de semana. Também é de se perguntar se no Ministério Público e nas polícias seus integrantes são proibidos de beber fora do expediente? O álcool é uma droga lícita que pode, sim, liberar violência em algumas pessoas, assim como causar dependência. Já foram ouvir os médicos que tratam disso para saber o que acontece ? Qual o percentual dentro de uma multidão ? Se a cerveja é proibida dentro do estádio, da porta para fora é permitida. E então? Como é que fica? Estão discutindo o sexo dos anjos enquanto a barbárie toma conta do país. Apenas para reforçar, o signatário é um alcoólatra em recuperação que não bebe há 25 anos. Durante quase duas décadas frequentou estádios de futebol – a trabalho. Nunca brigou ou viu algum bebedor social (o que não tem a doença) se envolver em pancadaria ou cometer ato violento por que tomou um, dois ou três copos de cerveja. Torcedor vai a estádio para ver o time jogar e torcer para que ele vença. Para beber tem o bar na esquina ou o supermercado com seus corredores com centenas de ofertas.
Zé Beto: acompanho o voto do relator. Um abraço!
Cara, a lucidez da sua colocação traz uma luz extraordinária para essa discussão. Que as obtusas e despreparadas “autoridades” tenham súbito ataque de humildade, leiam e absorvam cada ensinamento das suas sinceras palavras. Os estúpidos e violentos são expressiva minoria que, se vigiados e punidos verdadeiramente, sumirão dos estádios. É só cada um cumprir com a sua parte e é exatamente aqui que a porca torce o rabo! O poder constituído falha, se omite e quem paga é toda sociedade! Que a PM e o MP assumam verdadeiramente suas responsabilidades e deixem o verdadeiro torcedor em paz.