por Yuri Vasconcelos Silva*
Há algum tempo foi compartilhado neste mesmo espaço (https://www.zebeto.com.br/magrelas-de-ontem-e-amanha/#.Vd3t3yj6-6k) os motivos da necessidade de uma ciclovia ter espaço exclusivo, protegido e separado fisicamente das vias dos automóveis e dos passeios. Na urgência de atender aos desejos ansiosos da população, prefeitos ensandecidos, armados com tinta e brochas, pintaram faixas por todos os lados, passando por cima de avenidas, calçadas, crateras, gramados, areia e bom senso. Mais barato e mais rápido, esta metodologia duvidosa consegue, em pouco tempo, produzir muitos quilômetros de ciclovias – e números expressivos e vistosos para propaganda. O resultado não demorou a ser sentido. Acidentes e mortes envolvendo ciclistas são registrados quase toda semana. Alega-se que falta educação aos condutores dos veículos motorizados, sobre duas rodas e dos pedestres. Em parte, é verdade. Mas, sabendo-se de antemão que a população deste país não tem a mesma sofisticação ao volante ou guidão como a encontrada nos países nórdicos, por que projetar e executar ciclofaixas compartilhadas com automóveis ou exíguas calçadas ondem caminham idosos, crianças e distraídos?
Qualquer que seja a intervenção urbana, ela deve se pautar pelo que há de melhor e mais atual em projeto e execução. A criatividade pode contribuir muito na redução inteligente dos custos. Em países desenvolvidos as boas ciclovias se desenvolvem em vias próprias, bem sinalizadas e iluminadas, em vias elevadas e até mesmo cobertas em regiões adensadas. Por aqui, uma faixa vermelha com o desenho de uma bicicleta parece ser o suficiente para as prefeituras. O resto é problema de educação do cidadão.
*Yuri Vasconcelos Silva é arquiteto
A análise em causa é perfeita, já tenho apresentado algumas manifestações de que um administrador público, no caso de um município, e um do porte de Curitiba, não pode se valer de projetos insignificantes.
Todo o administrador, como síndico de 2 milhões de pessoas, cerca de 4 mil ruas e vários equipamentos públicos devria antes de tudo planejar e bem. Também deveria conservar o que já existe, não adiante inventar a roda, ela já existe e funciona bem a séculos.
Quanto se diz que em centros mais evoluídos a coisa funciona bem, temos que rever o conceito do que é funcionar bem.
Afinal o que quer o nosso cidadão?: Creio que são coisas simples, coisas que ajudem seu dia a dia e não atrapalhe sua vida.
Não adianta como está dito uma faixa “pintada de vermelho” que de uma hora para outra muda a cultura do povo.
Não é viável transformar abruptamente conceitos urbanísticos de anos de um dia para outro. Aliás isso aconteceu na década de 70 com a criação do “calçadão” da rua XV e bocas Maldita, mas há que ter como houve um planejamento enquanto técnicos estavam “escanteados ” lá o IPPUC e assim puderam pensar Curitiba.
A Ousadia, o planejamento e a vontade de fazer com equipe faz com que as coisas acontecem.
Não se pode ter “uma noite de sonho de verão” e acordar no dia seguinte e achar que Curitiba será outra cidade.
O especialista diz: “…a intervenção urbana, ela deve se pautar pelo que há de melhor e mais atual em projeto e execução…”
Essa é apenas a opinião dele, NÃO uma lei, um princípio ou uma ordenação divina. Se o país tem carência em tudo, porque gastar o que não pode?? As coisas devem caminhar paulatinamente.
Outra mistificação é dizer que: “…Em países desenvolvidos as boas ciclovias se desenvolvem em vias próprias, bem sinalizadas e iluminadas, em vias elevadas e até mesmo cobertas…”
Se não acredita é só acessar o link a seguir é ver como é em Londres (em outros lugares também).
http://www.buzzfeed.com/jonstone/22-london-cycle-lanes-that-hate-cyclists#.nio1jRXox
Caro Tanso,
Pautar-se pelo que há de melhor deve ser, em qualquer área do conhecimento, o mínimo esperado. Toda idéia deve nascer com ambição. Quando parte para a aplicação desta idéia, ela vai encontrar inúmeras limitações e será, então, adaptada à realidade de cada situação. Matar um idéia logo no princípio por justificativas mesquinhas é preguiça.
Sim, você vai encontrar ótimos e péssimos exemplos em todos os países do mundo. Mas é você quem escolhe o que te inspira. A miséria ou a riqueza. No final das contas, suas escolhas moldam sua visão de mundo. Por exemplo, eu vejo isso em Londres… idéias…:
http://www.archdaily.com.br/br/759828/fuentes-telegrapk-y-urbanfurg