O jornal Gazeta do Povo conseguiu a façanha de berrar uma manchete na edição deste domingo (que vai às ruas no sábado) que é desmentida pelo próprio texto que a explica. Depois de gritar que o “Rompimento entre PT e PMDB agrava guerra entre Planalto e Congresso”, informa o correto, ou seja, que foi o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, quem anunciou que estava rompido com o governo – e isso depois de um longo tempo onde até os pilares que sustentam os prédios de Brasília já sabiam, pelo seu estilo trator aloprado de comandar o circo. Imediatamente o vice-presidente da República e presidente do PMDB nacional, Michel Temer, anunciou que a atitude de Cunha era pessoal e que o partido, o mais fisiológico de todos, continua na base do governo. O deputado federal tem a companhia de outro peemedebista na quizumba, o senador Renan Calheiros, presidente do Senado. Os dois estão na lista da Lava Jato e dizem que o que está acontecendo agora, como a denúncia de um delator de que Cunha recebeu US$ 5 milhões do propinoduto do Petrolão, é retaliação do governo de Dilma Rousseff. Hummmmmm. Portanto, não há rompimento entre os partidos e entre o PMDB e o PT, como “informa” as duas linhas principais do jornal – e o mais provável é que Cunha e Calheiros vão ficar gritando sozinhos na floresta antes de desparecerem na areia movediça da política.