Do ombudsman
A reportagem da Gazetona sobre os personagens de Londrina envolvidos nos últimos escândalos do Brasil é elogiável, mas o primeiro parágrafo, que é onde se pega o leitor pelas mãos para conduzi-lo pelo que se apurou… Cada um, cada um, mas se é sangue podre o que se deseja mostrar, ir logo na jugular do monstro com um furador de gelo e deixar espirrar o conteúdo talvez combinasse mais com o assunto. Confiram:
Uma teoria formulada em 1967 pelo psicólogo norte-americano Stanley Milgram prega que são necessários no máximo seis laços para que duas pessoas quaisquer, aparentemente distantes, estejam ligadas entre si. Desde então, cientistas se debruçam sobre esse estudo e alguns deles chegaram a concluir que a quantidade de passos para se chegar a alguém, atualmente, pode ser ainda menor, muito em função das redes sociais.
Se fosse possível aplicar a teoria dos seis graus de separação em escândalos políticos, provavelmente o esquema revelado pela Operação Lava Jato, que vai completar um ano de investigações neste mês de março, seria o experimento ideal para corroborar o estudo de Milgram. E o local escolhido para o início da pesquisa científica seria Londrina.
A principal cidade no Norte do Paraná abrigou pelo menos duas peças-chaves do esquema da Lava Jato: o doleiro Alberto Youssef, hoje preso, e o ex-deputado José Janene, morto em 2010.
Esqueceram as matérias PRIMORDIAIS do Luiz Claudio Cunha na Isto É – em 2005 ou seja quase 10 anos atras, quando a jovem jornalista estava com seus dentes no aparelho ortodontico:
http://www.istoe.com.br/reportagens/7001_O+PROFESSOR+DO+MENSALAO
http://www.istoe.com.br/reportagens/9856_TESTEMUNHA+EXPLOSIVA
No experimento de Milgram, foram utilizados cartas/correspondências, e a correlação de seis graus de separação é indevida ao trabalho conduzido na época. Outros estudos conduzidos demonstraram que escolhido os parâmetros iniciais você pode aumentar ou diminuir o grau de liberdade de acordo com a amostragem inicial, e isto antes da internet.
Há uma concepção equivocada, emanada também pela imprensa, de que grandes esquemas ou maracutaias políticas, estão centralizadas nos grandes centros urbanos e umbilicalmente dependentes do contexto Rio-São Paulo-Brasilia, quando que na verdade parte da influência “real” vem dos “reis” do gado, da soja, do aço, do cajado, …
É algo como os irmãos Koch na terra do tio Sam, onde longe dos holofotes e dos bastiões basilares da política yankee, dominam o jogo político de uma das maiores democracias do planeta …
Enfim, não deveria ser surpresa Londrina ser um ponto nevralgico de um dos maiores esquemas de corrupção… a surpresa deveria ser como é que puderam ficar tanto tempo sem ser identificado…