por Zé da Silva
Touro
No apartamento de cobertura ele bebeu o primeiro gole assim que acordou. Caubói. Entrou na internet, viu e ouviu. Pablo. Porque Homem não Chora, um brega que jamais tinha ouvido ou visto. Descobriu que havia dezenas de vídeos caseiros com homens chorando, bebendo e cantando a dor – exatamente aquela que estava sentindo. Ficou vendo, ouvindo e bebendo o dia inteiro. E chorou como aqueles que apareciam na tela grande do Apple. Se identificou com um onde um pobre diabo nordestino diz que foi tomado pela “febre do rato” depois do abandono e disse uma palavra inédita para ele: sofrência. Então ele foi até a sacada do prédio, olhou para as estrelas, as luzes da cidade grande e… cantou pela última vez que homem não chora.