por Célio Heitor Guimarães
E aí, menino Beto? Feliz da vida? Conseguiu enfiar goela abaixo da patuleia, graças à malta amestrada e submissa que lhe presta serviço na Assembleia Legislativa, o vosso pacote de maldades. Que belo presente de Natal e Fim de Ano aos paranaenses, hein, excelência! Iremos todos incluí-lo em nossas orações. E, ao final, pedir ao diabo que lhe carregue.
Como é coisa meio secreta, acertada às pressas, sem maior divulgação ou discussão, não conheço, como a maioria absoluta dos nossos conterrâneos, o exato teor de vosso pacotaço. Mas leio no jornal e ouço e vejo na TV que v. exª., entre outras magistrais iniciativas, aumentou uma série de impostos; desobrigou o governo de investir recursos dos fundos especiais, passando a verba para o caixa geral do Estado; manterá no caixa do Executivo verba que teria de ser repassada aos outros Poderes; e passará a taxar em 11% os aposentados e pensionistas do Estado que ganhem acima do teto do INSS.
Sabe o que é isso, excelência? Medidas desesperadas de quem, num primeiro mandato, por incúria e incompetência administrativa, quebrou o Estado. E agora, tendo recebido do incauto eleitor, por falta de concorrente, um segundo mandato, não sabe o que fazer com ele. Daí ser necessário tomar o caminho mais curto e mais infame: aumentar o achaque tributário.
Essa de taxar os servidores inativos e as pensionistas foi de lascar. É coisa velha, que já deu muito o que falar. Foi inventada pelo magnânimo Luiz Inácio, mas que Requião, em quem v. exª só vê maldades, recusou-se a aplicar no Estado do Paraná. V. exª., no entanto, sustenta que “tal providência é necessária, pois visa à manutenção do equilíbrio financeiro e atuarial dos fundos”. Ah, então são os velhinhos e velhinhas que têm causado o desequilíbrio financeiro do Estado?! Isso já foi dito, um dia, pelo vosso antecessor Jaime Lerner, o criador da ParanaPrevidência, aquele “fundo sem fundos”, como disse Milton Ivan Heller, de personalidade jurídica privada, mas destinado a gerir dinheiro público. Jaime tinha opinião semelhante a vossa. Também elegeu os anciãos do Estado como os grandes “responsáveis pela sangria dos cofres públicos”.
Dezesseis anos depois, v. exª., dr. Carlos Alberto Richa, vem com a mesma lenga-lenga. E passa do discurso à ação. Sem corar. Até porque, ouso supor, não sabe direito o que está fazendo. Ignora, igualmente, que essas pessoas, tratadas como trastes improdutivos, dedicaram a vida ao serviço público e ajudaram, com o seu trabalho, a fazer a máquina pública girar e a construir este Estado. Não será, certamente, tirando uma fatia dos já parcos proventos de aposentadoria e pensão que v. exª. vai salvar o Paraná. Se assim fosse, os demais Estados brasileiros que já o fazem não estariam na pindaíba que estão.
O problema do caixa estadual e dos fundos de previdência – v. exª. sabe disso ou deveria saber – está no mau gerenciamento de um e de outro. Em administradores despreparados, ineptos e irresponsáveis, sem consciência da missão que lhes é entregue. E aí acham que podem suprir a própria ineficiência e garantir o futuro passando a mão no bolso dos contribuintes, incluindo aqueles que já não têm mais o que dar. Nem porque dar. Maldade pura, para dizer o mínimo. Roberto Requião, que é tido como desequilibrado, sabia disso.
Os aposentados e pensionistas, sejam do Estado ou do INSS, durante a sua atividade profissional, formaram um pecúlio que lhes deu direito à aposentadoria e à pensão. Vão contribuir agora para quê? Para os futuros aposentados e pensionistas? Com efeito, excelência! Esses estão formando agora os seus próprios pecúlios. E não venham os doutos falar em princípio da solidariedade. Isso é conversa para enganar mané. Solidariedade deveria partir do governo, que não oferece saúde nem assistência médica à população. E ainda tem o desplante de tirar-lhe o dinheiro que ela precisa para ir ao médico e comprar medicamentos.
Todo mundo contribui para a previdência desde o instante em que começa a trabalhar. Todo mundo, vírgula. Menos os governos. Tal qual na iniciativa privada, o Poder Público, na condição de patrão, deveria recolher a sua parcela de contribuição. Nunca (ou raramente) o fez. Pior: descontou dos holerites a parte dos servidores, mas não a entregou ao fundo previdenciário, desviando-a para o bolo do Tesouro. Pior ainda: utilizou-se sempre dos recursos porventura existentes na previdência para outros fins. Agora, posa para a fotografia como vítima da sanha dos aposentados e pensionistas. Isso quando não tenta – como fez o simpático e roliço Jaime Lerner –, de forma perversa, jogar a sociedade contra os velhinhos e velhinhas do serviço público.
A propósito, merece ser aqui lembrada a lição de um consistente João Sayad, economista e professor universitário, que já compôs a administração pública em diversos patamares: quando ingressa no serviço público, o funcionário firma com o Estado um contrato. Esse contrato, que lhe é imposto pelo Estado, reza que o sujeito deverá trabalhar assim e assado durante determinado tempo, ao cabo do qual terá direito a uma aposentadoria ou legará uma pensão ao cônjuge, a ser paga pelo Estado. O servidor cumpre integralmente a sua parte. Mas quando chega a vez do Estado cumprir a dele, é isto aí.
Meus pêsames, eminente governador Beto Richa. V. exª., infelizmente, não tem sabido honrar a memória de vosso saudoso pai.
Ora pois….vamos analisar este suposto desabafo neutro e desesperado….
Primeiro, o nobre articulista afirma não saber exatamente de que se tratam estes impostos, mas “pelo que lê nos jornaloes” vai afundar o bolso de todos nós! Mesmo sem nem procurar saber do que está escrevendo, cria uma obra de ficção, argumentos alucinados… O mais engraçado é, por vias tortas, elogiar Bob Req, mostrando que dentro de um artigo, texto ou comentário, que poderia ser bem aproveitado pelos leitores, existe toda uma delinquência depravada, de alguém que toma partido e, sem qualquer argumento, resolve escrever o que dá na telha!
Olha,gostaria de escrever como o Celio,já que não sei escrever e discursar com o coração,mas sempre com o figado e gostaria de ter dado esse tapa na cara do governador com essa luva de pelica,que marca bem mais do que eu o xingar ele e os seus asseclas.
Tem o comentário de um sr ai acima deste tentando desqualificar o que escreveu o Celio e vendo outros comentarios dele em outros blogs,noto que ele é parte do problema que assola o Parana,o exercito do Beto Richa que satanizou a Gleise com o Gaievisk e os empréstimos que o governo passou para o povo enganado do Parana como ela se fosse a presidente do Banco Central e a dona da chave do cofre.
Esse sr Diogo deve ser a parte do problema das finanças paranaenses que como comissionado deve ter seu naco ,onde milhares deles passam no fim do mês sem picar cartão para receber algum e para proliferar noticias boas do governo.
Deveria lavar a boca quando fala do Requião que sambem é satanizado dia e noite para não voltar,por que se volta ia mandar investigar essas barbaridades cometidas assim como a montanha de dinheiro gasto em publicidade de obras onde o investimento é menos do que daquilo que foi gasto em propaganda.
Muda -se o secretario das finanças,mas não muda os vorazes encalacrados nesse governo e governar aumentando impostos toda vez que cometer uma loucura nas finanças e passar o ônus ao trabalhador e aposentado fica facil,e nós vamos ficar aqui ouvindo baboseiras de aspones ligados ao saco do governador?
As manifestações poderiam ser mais contundentes e depois de pensar acho que o povo que votou em peso nesse duble de governador deve estar pensando,estamos numa encruzilhada entre PT e PSDB,se fugir pro lado cai no colo do PP,e se fugir pro outro lado cai no colo do PMDB,então meu irmão,vamos colocar a faca nos dentes e partir pra cima dessa cambada de incompetentes.
Parabéns pelo texto Célio Heitor Guimarães está certíssimo até nas suas virgular, o governador Beto Richa abusou do tesouro do estado e possivelmente não cumpriu com suas obrigações com a Paraná Previdência prejudicando os servidores inativos e pensionistas, o Jornal Gazeta do Povo apresentou do dia 30/06/2014 trouxe uma matéria intitulada ” CAIXA DA PARANÁPREVIDEÊNCIA É DESAFIO PARA OS CANDIDATOS” lá o governador dizia que inicialmente NÃO haveria necessidade de cobrar os inativos e que as coisas estavam sob controle havendo estudos permanentes do caixa da PRPREVIDENCIA e que ela estava organizada para o futuro, mas não disse que a bomba estouraria nas mãos dos velhinhos logo após as eleições.
Então, infelizmente que ajudou na sua reeleição terá que dar a mão à palmatória do Requião e como ele disse, beijar a ponta do chicote do sr. Beto Richa
Nos oito anos de governo de Requião o que se teve foi um governo empenhado em espantar empresas que quisessem investir no estado, fora os desvios no Porto de Paranaguá,administrado por um dos seus irmãos, outro brilhante secretário foi o da educação que também era seu irmão com as compras superfaturadas das famosas TV’S laranjas. Isso sem falar nos gastos de dinheiro publico para manter seus cavalos, realmente Requião é injustiçado…Nada mais justo a taxação de quem ganha acima do teto do INSS, o funcionalismo publico sempre foi uma classe privilegiada no Brasil em relação aos outros trabalhadores.
E gostaria de acrescentar que o Roberto Requião vai ter desconto de seu jabá mensal como aposentado governador que tanto lutou na Justiça.
Nos oito anos de governo Requião,ele não quebrou o estado nem sumiu com o dinheiro do orçamento.
Governo é arte de fazer desafetos como voce,senão não consegue administrar um estado do porte do Parana,com conversa e dialogo o play boy quebrou e agora quer quebrar o resto ou seja todos paranaenses.
Tenho que rir. A hora que o povão voltar para as ruas e fizer a rebelião sem controle, vai faltar lugar nos jatinhos para os canalhas.
O que muitos não sabem é que os servidores inativos e pensionistas que serão punidos pela taxação, quando estavam em atividade profissional já contribuirão, e muitos, com até 14% de seus salários sem que houvesse a contrapartida do Estado, fato que causou e ainda causa os desiquilíbrios financeiros da PRPREVI . E com a Emenda 41 o governo federal via STF mandou seus ministros desrespeitarem a Constituição Federal passando por cima do Direito Adquirido ( art. 5º inciso XXXVI ) .
Então para resguardar os direitos dos servidores públicos aposentados, tramita na Câmara Federal a Proposta de Emenda à Constituição: PEC 555/2006 para alterar o artigo 4º da Emenda 41.
Propõe a exclusão do pagamento da contribuição dos aposentados e pensionistas, que recebem proventos acima do teto do INSS.
Aguardemos !
Célio, como sempre, brilhante. Os reeleitos nem esperaram 2015 (ano sem eleições) para fazer suas maldades. Devem estar rindo por estragar o Natal do contribuinte. E o prefeito – que, queira Deus, nunca será reeleito; é o pior da nossa história (votei nele nos dois turnos e acho que posso falar) – também embarcou nessa. Deputados e vereadores, com raríssimas exceções, são sempre submissos ao Poder. Os vereadores endossaram o aumento do IPTU, mas conseguiram diminuir um pouco o ITBI. Claro, a serviço das grandes construtoras e das imobiliárias. E o povo que se dane…
Celio.
Como se dizia antigamente, no tempo do velho Pasquim.
“Falou e disse”.
Penso exatamente do mesmo modo.
Agora, uma perguntinha.
Será que os proventos dos magistrados aposentados também vão ser taxados?
Gostaria muito de saber.
Com a palavra quem de direito.