Do blog Cabeça de Pedra
Parou na frente da plateia e ficou quieto. Esperou o silêncio completo. O auditório da faculdade estava lotado. Ele era um especialista. Não sabia em que, mas o cartaz espalhado no campus, sim. Esperou mais. Todos olhando. Os professores que o ladeavam começaram a se mexer nas cadeiras. O microfone sem fio estava em sua mão direita. Ele esperou mais, esticou a expectativa até o máximo. Foi então que começou a falar. Disse que tinha perdido aquela noite de sexta-feira para atender ao convite do amigo que estava ao seu lado. Balançou a cabeça negativamente. Aí disparou uma pergunta: “E o que me dão assim que fico diante de vocês?” Os jovens universitários não entenderam nada. Também não falaram e nem perguntara o quê. Aí ele esticou o braço direito e mostrou o microfone que tinha um corpo preto e uma cabeça metálica bem saliente. Ao mesmo tempo, soltou um berro: “Isso!!”. Todos caíram na gargalhada. Ele então lembrou do comediante Costinha e suas brincadeiras com todos os tipos de microfones/fálicos. Só depois começou a palestra.