Talvez seja isso mesmo. A saturação pela mesmice das campanhas, pela enganação generalizada, pelos debates que não dizem nada e onde até a fórmula engessada há anos contribui para a patetice. E o horário eleitoral principal, no horário nobre em que vai ao ar na telinha ? Bem pensado. É quando a ninguenzada, a que elege de fato, chega em casa extenuada e não quer prestar atenção, quer ver a novela que ilude melhor, porque está de saco cheio do dia. Tudo isso parece fazer parte de um enredo para que, no dia tal, onde se é obrigado a cumprir o dever cívico, como dizem, se aperte qualquer número na urna eletrônica, maravilha tecnológica de um país banana – porque mesmo trocando os protagonistas da comédia bufa, não se muda nada, apenas o tamanho do espanto pós-eleitoral.
Enquanto o tigrão for obrigado a votar a coisa não vai mudar. E a profusão de partidos também é uma das causas responsáveis pela falta de interesse do eleitor. É preciso que tudo mude para que nada mude, e é deste jeito que as coisa se fazem em Pindorama, reclamamos, reclamamos, e só ficamos nas reclamações.