Da Folha de S.Paulo, em reportagem de Carlos Ohara
Governo cuidou de cavalos de Roberto Requião no Paraná
A estrutura do governo do Paraná foi utilizada para a manutenção de cavalos do senador Roberto Requião, candidato do PMDB ao governo estadual –indicam documentos de inquérito da Polícia Militar. O Ministério Público do Estado também investiga o caso.
O emprego da estrutura da PM para cuidados e transporte de 88 animais, de raças como mangalarga e quarto de milha e nomes como “Lambão”, “Boate” e “Monarca”, ocorreu na gestão de Requião no Paraná, de 2003 a 2010. Considerando o custo mensal de manutenção de cada cavalo (R$ 1.000 a R$ 1.500), o gasto com os animais do senador pode ter superado o valor de R$ 8 milhões.
Procurado, Requião não comentou o caso. Ao jornal “Gazeta do Povo” a defesa de Requião negou irregularidades e disse que os animais eram usados em policiamento.
Segundo o inquérito, aberto em maio, o regimento da polícia era “responsável direto pelos cuidados, trato e manejo” dos cavalos.
Um oficial ouvido no inquérito disse à reportagem, sob condição de anonimato, que cavalos de prefeitos, deputados e amigos de Requião também eram abrigados no local.
Segundo o oficial, as pessoas sabiam da “paixão” do ex-governador por cavalos e levavam os animais para cavalgar com ele, deixando-os depois sob cuidados do regimento de polícia montada.
Informes oficiais mostram que animais do ex-governador foram atendidos por veterinários pagos pelo Estado até durante a madrugada.
Num ofício do comandante da polícia montada, de março de 2010, ele demonstrava preocupação com ordem emitida “pelo próprio governador” para transportar seus cavalos a “determinada fazenda” em Goiás.
A justificativa para o acesso dos animais aos haras oficiais é que seriam doados à corporação. Segundo o oficial ouvido pela reportagem, alguns animais foram usados em patrulhamento e desfiles.
Animais mais velhos ou com problemas de saúde foram efetivamente doados à corporação -o inquérito registra a doação de nove cavalos por Requião e 22 por uma empresa de Francisco Simeão, suplente do senador.
OUTRO LADO
A assessoria e a defesa de Roberto Requião informaram que não irão se manifestar sobre uso de recursos públicos na manutenção dos cavalos.
Ao jornal “Gazeta do Povo” o advogado Luiz Fernando Delazari, assessor jurídico de Requião, disse que o total de cavalos do senador sob cuidados da PM era inferior a 88, mas não precisou o número.
Afirmou ainda que não houve irregularidade, porque os animais eram empregados em atividades da PM.
A PM do Paraná informou que não comentará o caso.
Injustiça com o Mamona. Os únicos que gostam dele são os filhos, os cavalos e o Marcelo Almeida.
É preciso incluir nas despesas as ferraduras que Requião usou no período citado. É certo que o ex-governador não tinha patas e nem cascos, como os cavalos, por isso usava ferradura na língua…
Que gente ruim, o cara estava tratando com humanidade os pobres animais, animal também é gente, não é mesmo? Tem gente como o senador maluco que acredita que sim. E tem gente que ainda acredita que o cara não é maluco.