18:57PARA NUNCA ESQUECER ZÉ LIMEIRA, O POETA DO ABSURDO

A virgem Maria estava
Brigando com São José:
Você vendeu a jumenta
Me deixou andando a pé
Desta maneira eu termino
Voltando pra Nazaré!

Nisso gritou São José
Maria, deixa de asneira!
Vou comprar outra jumenta
Do jeitinho da primeira,
Quando ouviram uma zuada
No descer duma ladeira

Era um caminhão de feira
Que vinha da Galileia.
São José disse eu vou ver
Se tem canto na boleia
Que possa levar nós três
Até perto da Judeia!

São José deu com a mão,
O motorista parou.
Tem três canto pra nós três?
Jesus foi quem perguntou.
Disse o motorista tem,
Jesus respondeu eu vou!

E foram subindo os três.
Disse o motorista: para!
A gasolina subiu
A passagem é muito cara.
Vocês estarão pensando
Que meu carro é pau-de-arara?

São José puxou da faca
Pra furar os pneus.
Jesus já muito amarelo
Disse assim quando desceu:
Valha-me Nossa Senhora,
Que diabo fizemos eu?!

Uma ideia sobre “PARA NUNCA ESQUECER ZÉ LIMEIRA, O POETA DO ABSURDO

  1. Bitte

    Zé:
    A fuga no Egito num caminhão de feira é o máximo. A magia dos versos consolida a grande aurora boreal que é a obra de Zé Limeira, lembrado e cantado pelo grande filósofo contemporâneo Eduardo Sganzerla, o Duio, que espalha aos quatro ventos a magnitude de que “o mundo tem quatro cantos: Oropa, França e Bahia!” E viva Zé Limeira!

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