9:36Notícias sobre a morte

por Sérgio Brandão

A notícia da morte de alguém causa impacto. Nascimento não tem a mesma força. Morte cria um falso respeito, quase medo (de quem se foi e da dita cuja).

Todo morto é sempre reverenciado e foi boa pessoa – mesmo que não tenha sido. Só ela mesmo para transformar as pessoas assim. Tem os que se transformam em mártires. Alguns até viram santos. Quando é gente famosa, então… é comoção.

Falar dela em qualquer circunstância é dolorido e difícil. Por mais macho, por mais preparado que a gente se julgue, só mesmo conversando de perto com ela para perceber seu tamanho.

Tenho muitas delas. As próximas, muito próximas, distantes, estranhas, inexplicáveis, brutais, as doloridas, muito doloridas, as que ainda doem…

Quando ela passa longe, fico atento ao relato e penso no que devem estar sentindo os mais próximos. Tento descobrir onde elas se encaixam nas classificações acima.

Tem quem fuja desta conversa. Não gosta.

Não sei nada sobre ela. O máximo que as pessoas conseguem é se apoiar em alguma religião para colocar uma relação de respeito, de medo e até de dizer: “sei que você tá aí, mas fica na sua”!

A morte, primeira dana, estrela de romances, filmes, poesias, contos, crônicas… que empresta o seu nome a tantas coisas que terminam e acabam como ela.

A morte não me assusta. Tenho medo do que me espera depois dela. Não tive uma vida que me assegure o paraíso. Também não lembro dos compromissos assumidos quando nasci. Minha consciência diz que tenho débito grande.

Acho melhor continuar por aqui e seguir “morrendo de amor para continuar vivendo”!

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