16:56LEROS

de Carlos Castelo

§ Alguém aí consegue me explicar como Jair Messias Bolsonaro entrou na AMAN – a disputada Academia Militar das Agulhas Negras?
Essa instituição, conhecida por ser mais seletiva que camarote open bar de sambódromo, exige disciplina, inteligência e, dizem, a capacidade de montar um fuzil vendado enquanto recita o Hino Nacional ao contrário. E mesmo assim, Bolsonaro entrou. E se formou.
O homem que acha que aquecimento global é invenção de hippie, que confundiu golden shower com uma sobremesa do Outback, e que acredita que máscara equivale a um absorvente usado. Esse mesmo. O sargento do “e daí?”.
Visualizem: vestibular da AMAN nos anos 70. Prova cabulosa. Redação sobre “O paradoxo entre a obediência à hierarquia e a autonomia moral do indivíduo no contexto militar”. Cálculos, geopolítica, resistência física. E Jair lá, firme, talvez respondendo tudo com “Brasil acima de tudo!” e um desenho de tanque de guerra no rodapé da prova.
Mas passou.
Há teorias. Alguns dizem que foi milagre. Outros afirmam que ele entrou porque, naquele ano, o sistema da AMAN travou e aprovou todo mundo que soubesse marchar em linha reta.
Mas o fato é: não só foi aceito como saiu tenente. Passou por cursos, treinamentos e ninguém desconfiou de nada. Foi só quando ele planejou jogar bombas em quartéis que pensaram: talvez aquele rapaz não era o Duque de Caxias que imaginamos.

Moral: se até o Bolsonaro conseguiu se formar pela AMAN, nunca desista dos seus sonhos.

Uma ideia sobre “LEROS

  1. FRANZ

    Provavelmente, ele tinha “pistolão”! Não, não é isso que vocês estão pensando! “Pistolão” era um termo muito usado, principalmente, nos meios militares. E, também, em órgãos governamentais, para quando uma pessoa estava bem “calçada” para iniciar algum emprego ou ascender a cargo público. No exército e nas PMs, era muito comum filhos, sobrinhos e parentes de oficiais de alta patente “pedirem” pela sua aceitação em estágios de serviço, vestibulares e concursos às academias e colégios. Assim, muitas nulidades, amparadas pela boa chancela dos padrinhos, passavam por cima de outros, com certeza, mais valorosos! E isso era recebido como coisa natural na caserna e em outros sítios Brasil afora. Literatura brasileira traz muitas histórias a respeito. Enfim, o velho “nepotismo”, termo usado para descrever a relação entre o Papa e sua parentalha, principalmente no século XVI. Favores, favores, favores…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.