de Miguel Sanches Neto
Não quero palavras gordas
que se prestam à ciência,
a políticos e esnobes,
palavras que de pose
necessitam e são dita
com lábios líricos.
Sou pelas palavras famintas
que ficam à vontade
na sala vazia da página,
sem raízes aristocráticas,
violentadas pela fala.
Só me interessam as palavras
que aceitem ser gritadas.