de Carlos Castelo
§ Ó sublime donzela, cujos olhos cintilantes qual astros do firmamento fazem empalidecer o próprio Febo em seu áureo carro celestial! Permita-me, em minha mais profunda veneração, expressar o inefável tormento que vossa presença causa em meu âmago, acometendo-me de uma febre dulcíssima que nem os mais doutos galenos poderiam aquilatar.
Vossa formosura, mais perfeita que as proporções arquitetadas pelo divino compasso, faz-me delirar em prosopopeias e hipérboles, pois não há retórica suficiente no campo das belas-letras que possa traduzir o frenesi que vossa figura provoca em meu espírito.
Rogo-vos, portanto, que considereis este vosso humilde servo como pretendente às graças de vosso afeto, pois morro mil mortes a cada momento em que não posso contemplar vossa celestial figura.
(Será que uma aproximação assim seria considerada assédio sexual hoje em dia? Só uma dúvida que eu tenho).