de Carlos Castelo
§ Parece que ontem Donald Trump não apenas tomou posse como presidente dos Estados Unidos, mas também como do mundo — pelo menos no desejo de seus admiradores.
Imaginemos então o seguinte cenário: a Casa Branca, outrora símbolo da democracia, agora ostenta uma placa dourada reluzente com os dizeres “Trump World Headquarters”, visível até da Lua. A Estátua da Liberdade substituiu a tocha por uma gigantesca bandeira com os dizeres “Earth is Back.” E não nos esqueçamos das reuniões da ONU, que agora começam com a trilha sonora de “You’re Fired”, ao estilo de “O Aprendiz”.
Se Trump estivesse mesmo no comando do mundo, suponha o caos burocrático. A União Europeia seria renomeada para “The Trump Tower of Europe,” com uma taxa fixa de 25% para quem quisesse entrar ou sair. O muro entre México e EUA se estenderia até a Antártida — só por precaução, caso algum pinguim tentasse escapar do frio. A OMS seria reformulada para promover oficialmente o consumo de hambúrgueres como dieta balanceada. E, claro, haveria um novo feriado global: o “Trump Day,” onde todos vestiriam ternos largos e exibiriam penteados feitos com laquê.
No entanto, espera-se que o mundo continue girando como sempre girou — às vezes para frente, às vezes para trás, e também para o lado. E caso Trump fique no controle de tudo um dia, pelo menos os discursos oficiais serão reduzidos a 280 caracteres.