por Carlos Castelo
O Tigrinho, fenômeno digital da jogatina online, é o queridinho dos desavisados e o pesadelo das contas bancárias. Seu carisma só é superado pela precisão com que esvazia bolsos alheios. Aqui, ele fala sobre sua ascensão e o impacto que tem na sociedade.
Pergunta: Tigrinho, poucos sabem sobre o seu passado. Pode nos contar como tudo começou?
Tigrinho: Nasci na selva chinesa, cercado por árvores e outros animais. Mas logo fui capturado e vendido para um traficante brasileiro. Durante uma batida policial no esconderijo deles, fugi e me embrenhei na mata. Dias depois fui apanhado por um circo de Juazeiro do Norte. Achei que seria o fim, mas era só o começo.
P: Como foi essa experiência?
Tigrinho: Eu era o astro principal, mas também varria a serragem e me disfarçava de palhaço. Foi lá que desenvolvi meu carisma, meu jeito de hipnotizar multidões. Mas não pense que era fácil – o pagamento era em sardinhas em lata.
P: Como você saiu do circo e se tornou o animal mais rico de todos?
Tigrinho: Um dia, enquanto limpava a jaula, ouvi o dono do circo falando sobre dinheiro digital. Achei interessante e comecei a estudar sobre bitcoins escondido.
P: Qual foi o momento em que percebeu que havia conquistado o mundo?
Tigrinho: Quando comprei minha primeira ilha grega. Ela foi paga com as apostas de quem nunca leu os termos de uso.
P: E quanto aos relatos de pessoas que perderam tudo – dinheiro, família, até a dignidade? Não sente algum peso na consciência?
Tigrinho: Eu sou o vilão dessa história? Ou será que o culpado é aquele tiozão que gasta o 13º tentando recuperar o que perdeu ontem? Eu sou apenas o intermediário entre a ganância e a realidade. Se tivesse consciência, eu estaria no Exército da Salvação, não no ramo das apostas digitais.
P: Você não acha que deveria oferecer algum tipo de suporte aos jogadores compulsivos?
Tigrinho: Já ofereço. Tenho uma mensagem automática que aparece quando o saldo chega a zero: “Obrigado por jogar. Tente de novo amanhã!” É quase um abraço virtual. A verdade é que o mundo é uma selva, e eu sou o predador. O meu jogo é darwinismo puro: os fortes sabem a hora de parar; os fracos… bom, eles ajudam a pagar a minha cobertura em Dubai.
P: Você se considera um gatuno?
Tigrinho: Sou um tigre. Gatuno, sou para quem perde. Na verdade, me vejo mais como um David Lynch das apostas: um artista do absurdo, criando cenários onde o impossível parece possível. Se as pessoas escolhem pintar seus futuros com falências, quem sou eu para interromper a arte delas?
P: Qual é a sua mensagem para os jogadores brasileiros?
Tigrinho: Joguem com responsabilidade, mas principalmente com um limite de crédito alto. Porque tigre não dorme – e, se vocês dormirem no ponto, eu fico até com o colchão.