por Célio Heitor Guimarães
Ao iniciar o terceiro ano do seu terceiro mandato, o companheiro Luiz Início tem um problema. Um não; dois. Terá condições físicas para disputar um quarto mandato? Se não, quem escolher para substituí-lo.
Aos 79 anos, Lula sente as dificuldades da idade. Prova foi a queda no banheiro, que lhe causou um coágulo no cérebro. Hoje, está aparentemente bem, o contratempo foi superado. Mas em 2026, terá 81 anos e a fragilidade aumentada. Não tem mais o ímpeto, a habilidade, o destemor e a paciência de Lula 1 e Lula 2. E precisa cuidar-se para não virar uma caricatura do governante de outrora.
Por outro lado, o presidente não tem cuidado de escolher um sucessor e prepará-lo para o embate eleitoral. Nesse quesito, assemelha-se a Joe Biden, dos EUA: quando resolveu desistir da reeleição e escalou Kamala Harris para substituí-lo, foi tarde demais.
As escolhas anteriores de Lula foram desastrosas. Vide Dilma 2011 e 2015, que acabou sofrendo o impeachment de 2016. Ou Fernando Haddad, de longe o melhor nome do PT, que não logrou êxito em 2018 e permitiu a chegada ao poder daquele do qual não se deve dizer ou escrever o nome, uma das maiores desgraças da vida pública nacional desde que o Brasil se tornou república. Além do que, Haddad é peça importante no fracasso econômico do atual governo, ainda que manietado pelo chefe, ou justamente por isso.
Tirando Fernando Haddad, o PT não tem opção viável. Aliás, a bem da verdade, depois do mensalão, do petróleo e da prisão de Lula, o outrora fulgurante Partido dos Trabalhadores acabou, esfarelou-se, apequenou-se. De tal modo que, nas recentes eleição municipais, conquistou apenas uma capital – Fortaleza, e com grande dificuldade.
O capitão reformado está proibido de disputar eleição. Mas, considerando a lerdeza e a imprevisibilidade do Judiciário brasileiro, tudo pode acontecer. Como bem disse Izabel Patriota, doutora em Direito Constitucional, em artigo na Folha de S.Paulo, no Brasil, “tudo é possível e até o passado é incerto”.
Aliás, como também anotou a articulista, “se se importa de fato com o Brasil, [Lula] deve começar agora a se preparar para sair da Presidência em 2026”. E salientou: “Sua insistência em continuar no poder, mesmo diante dos sinais de desgaste e da ausência de um sucessor claro, revela um projeto político centrado apenas nele próprio”.
Lamentável, profundamente lamentável!
Mais um do Bozo tentando desmotivar o PT. ,nessa matéria. Mas não passarão.