por José Maria Correia
Durante vinte e oito anos eu caminhava quatro quilômetros por dia na praia em Matinhos. Isso uns 70 dias por ano ou pouco mais. Diariamente recolhia em sacolas uns oito quilos em média de lixo de navios e veranistas – uns seiscentos quilos por ano ou meia tonelada que depositava nas lixeiras. Muito plástico, garrafas, bitucas e fraldas sujas. Os galhos eu reunia .
Em quase trinta anos foram mais ou menos quinze toneladas.
Muitas pessoas me viam e ainda assim continuavam poluindo a praia.
Depois mandei fazer e paguei umas dez placas grandes de alumínio que coloquei nos postes com o desenho do Sujismundo (a melhor campanha educativa já feita na televisão) .
Ainda tinha um ranking :
– Jogar lixo na praia – super Sujismundo
– Não recolher o que consumiu na praia – muito Sujismundo
– Recolher somente o seu lixo – amigo de Sujismundo
– Ajudar recolhendo o lixo de outros veranistas- anti sujismundo.
Fez sucesso e reduziu muito o que eu recolhia.
Por incrível que pareça, ainda há necessidade permanente de educar os veranistas ou banhistas e também multar como exemplo (em muitos países as multas são elevadas e aplicadas com energia).
Respeitar o mar e a natureza é questão básica de civilidade.