Da historiadora Lilia Moritz Scwarcz, no Instagram
Tem gente que gosta de bradar que memória é coisa do passado; o caso de Rubens Paiva, dentre tantos outros, mostra que é o oposto. “É coisa do presente”.
A excelente jornalista Juliana Dal Piva informa que governo federal gasta todos os meses um total de R$ 59.448,61 mil com pagamentos de salários para dois oficiais do Exército acusados pelo assassinato e ocultação do cadáver do ex-deputado federal Rubens Paiva, em janeiro de 1971. Se você achar que a conta é alta saiba que a União também paga um total de R$ 80.793,40 em pensões para oito familiares de outros três réus responsáveis pelo homicídio de Paiva que morreram nos últimos anos. Os dois valores somados chegam a R$ 140.242,01 mensais!!!!!
Apesar de denunciados pelo MPF (Ministério Público Federal), em 2014, até o momento não houve julgamento dos cinco militares. Os acusados são José Antonio Nogueira Belham, Rubens Paim Sampaio, Jurandyr Ochsendorf e Souza, e Souza e Raymundo Ronaldo Campos e Jacy Ochsendorf.
Os dois militares que estão vivos são o major reformado Jacy Ochsendorf e Souza e o general reformado José Antônio Nogueira Belham. O major recebe R$ 23,4 mil e o general R$ 35,9. No Natal, o general recebeu, no ano passado, um total de R$ 17,9 mil.
Enfim, estamos tratando de temas do presente e pagos por nós contribuintes do estado.
Em tempo: do auge de sua ignorância Jair Bolsonaro insinuou que “Ainda estou aqui” usou lei Rouanet (ao invés do Estado investir na infraestrutura, disse ele). Primeiro não é verdade, pois a lei só beneficia curtas e médias metragens. Segundo, cultura é infraestrutura: cria empregos, movimenta a economia e produz memória — que é um direito e uma obrigação republicana .