15:48LEROS

por Carlos Castelo

§ Quem diria que esse verão presentearia o Guarujá com algo tão tropical quanto uma grande epidemia de piriri? Sim, esqueçam as caipirinhas e os camarões à beira-mar: o coquetel da vez é composto de soro fisiológico e loperamida.

Tudo começa com a promessa de um final de ano mágico. Você reúne a família, aluga aquele Airbnb com fotos tiradas em 2008, faz as malas e pega a estrada com a esperança de tranquilidade. Mas, em vez de encontrar descanso, descobre que as verdadeiras ondas que o Guarujá proporciona são as do seu sistema digestivo.

A causa da epidemia, no entanto, ainda é um mistério. Água de coco mal armazenada? Camarão frito “sabor de aventura”? Não importa. O resultado são filas intermináveis nos banheiros químicos e dos supermercados, com pessoas dispostas a matar ou morrer por um rolo de papel higiênico.

Mas nada supera a volta a São Paulo. Imagine só: balsa lotada, sol escaldante e o ar-condicionado do carro quebrado. Tudo isso enquanto você tenta, heroicamente, não ceder aos apelos das tripas em pleno trânsito da Imigrantes.

Os mais polianas dizem que a epidemia trará benefícios. “Pelo menos o pessoal vai emagrecer depois das festas!”. Já os comerciantes locais começam a diversificar seus negócios: agora, junto às barracas de milho e sorvete, surgem quiosques oferecendo isotônicos, carvão ativado e até chá de boldo.

Apesar de tudo, o Guarujá continuará sendo um destino inesquecível. Literalmente. Porque, mesmo quando todos retornarem para São Paulo, a lembrança dessa experiência permanecerá viva até o Réveillon do próximo ano.

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