9:4131 de dezembro

por Mário Montanha Teixeira Filho

Não vou louvar o dia de amanhã
neste dia último do ano.

Porque não haverá novo ano,
serão apenas luzes que se acendem
e permanecem atentas
para gozar um instante de enganosa paz.

Bebo agora
um copo de vinho,
não pelo futuro, mas pela vida
que existe em mim e no escuro
das calçadas sujas
de festa e de trabalho.

Não vou saudar o ano que será,
porque nada acabou,
a opulência sobrevive
entre o suor e a miséria do povo.

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