por Mário Montanha Teixeira Filho
Não vou louvar o dia de amanhã
neste dia último do ano.
Porque não haverá novo ano,
serão apenas luzes que se acendem
e permanecem atentas
para gozar um instante de enganosa paz.
Bebo agora
um copo de vinho,
não pelo futuro, mas pela vida
que existe em mim e no escuro
das calçadas sujas
de festa e de trabalho.
Não vou saudar o ano que será,
porque nada acabou,
a opulência sobrevive
entre o suor e a miséria do povo.