Quem dera fôssemos poetas
E nossa meta fosse criar
Algo como a ilusão
Somos mais que concretos
E chegamos rápido à conclusão
Da vida esperamos esperanças
E do amor a aliança
Mas nos tornamos espectadores
E nossas dores nos dirão
Como saltar de pontes
Mesmo estando presos
E os pesos da alma
Se elevam pela manhã
Quando acordamos sabemos
Que eles são pequenos
E que tem menos quem tem mais
E aos ideais
Nos rendemos
Se podemos decifrar
O código da vida
Através da ferida
Que não sara
Mas é tão rara
Quanto o milagre do poema
Vamos ao cinema
E nos vemos distantes
E diante da realidade
A verdade?
Ninguém sabe
Mas já partimos pela metade
Nossos olhares
E vimos o coração
Em sua indecisão
Como tudo é insignificante
Vemos a constante
Criação
A nos criar
Pois nunca nascemos
Nem existimos
Apenas sentimos
E insistimos em ousar
Ser o que não somos
Sonho comum
E como um
Somos infinitos
E como eternos
Fomos o que rimos
Porque a causa maior
É a beleza da coesão
Entre o sim e o não
Opostos que trazem
Respostas
E quem aposta sou eu
Em tudo
Mas o mundo
Não é meu