por Mário Montanha Teixeira Filho
Como, então, dominar a força de todos os amores do mundo, de todos os mares do mundo, de todos os poderes do mundo, das horas vagas e inclementes, horas que se espalham e se perdem no calor escaldante, horas que compõem a lógica implacável da agonia e da morte? Ora, dirão as estrelas sob as quais pairam os desvarios do sexo, ora, dirão as estrelas tristes e bruxuleantes, nada há a ser feito nos próximos séculos.
Nada acontecerá a não ser a confirmação da vossa insignificância, seres, argutos, astutos, perfeitos, rarefeitos, sem jeito de gente. Os homens e as mulheres, as crianças, os bêbados, as putas, as bichas, os travecos, os desprovidos de amor, ninguém, ninguém sobreviverá.
Ninguém sobreviverá, ó deuses da melancolia imensa.