6:31Como votar no segundo turno?

por Célio Heitor Guimarães

O Instituto Pro Democracia Para Sempre – Iprodes está lançando uma campanha contra a abstenção e os votos nulos e brancos no segundo turno da campanha eleitoral em Curitiba. Argumenta que a abstenção, no primeiro turno, foi de 27,7%, isto é, mais de 394 mil eleitores decidiram não votar, superando o percentual de eleitores que votarem em Eduardo Pimentel (313 mil) e em Cristina Graeml (291 mil).

Daniel Godoy Jr., que preside o Iprodes, só não explicou como deve fazer o eleitor curitibano, que, já no primeiro turno, com dez candidatos, não aceitou nenhum deles, agora com apenas dois.

Claro que é importante votar. Mas quando existem candidatos dignos da confiança do eleitor. Como deve proceder o eleitor, quando não existem? Isso o Iprodes (nem o Tribunal Regional Eleitoral do Paraná) diz. 

Anular o voto é demonstração de ignorância, por certo. Mas o voto em branco é uma decisão válida e sólida para o votante que não se sensibiliza com nenhuma das opções apresentadas.

Por isso, não me parece justo nem aceitável culpar o eleitor pela abstenção. A prática é democrática e deve ser aceita com tranquilidade. Ou, talvez, apenas com preocupação.

Ao contrário do que alguns sustentam, o eleitor que vota em branco não se sente satisfeito com qualquer um dos candidatos. Por óbvio, é exatamente o contrário – nenhum dos candidatos lhe agrada. É uma forma de protesto, tal qual o voto nulo.

Se o total de votos nulos e em branco superar o total dos votos válidos, isso está a demonstrar a indignação do leitor e deveria forçar a realização de novas eleições, com novos candidatos. Lamentavelmente, porém, tal procedimento não é previsto na legislação vigente. Os atuais legisladores deveriam pensar no assunto.

Segundo Daniel Godoy Jr., a abstenção registrada no primeiro turno só perde para a eleição de 2020, quando 30% dos eleitores não foram votar. O presidente do Iprodes justifica o fato porque estávamos em plena pandemia. Pois continuamos, prezado Godoy. Se em 2020 enfrentávamos uma pandemia sanitária, em 2024 enfrentamos uma pandemia de inexistência de candidatos confiáveis.

Não se pode nem se deve atribuir isso ao eleitor. Não é ele o culpado se lhe oferecem opções inaceitáveis ao seu ver. E não se pode torná-lo refém de candidatos desprezíveis.

Com todo o respeito, até agora, Eduardo Pimentel apenas representa a continuidade da oligarquia chefiada por Rafael Greca, Ratão pai e Ratinho filho. Foi vice-prefeito durante oito anos, mas não tem nenhuma realização pessoal real para mostrar nesse tempo. Cristina Graeml é pior ainda. Jornalista por profissão, jamais integrou a administração pública. E caracteriza-se por repetir os bordões, a agressividade e as pataquadas criadas por seu ídolo, aquele cujo nome não se deve dizer ou escrever sob pena de castigo eterno.

2 ideias sobre “Como votar no segundo turno?

  1. Carlos Tortato

    o povo tem que dar o troco, do dia 8 de janeiro, votando nulo, eu tenho feito a minha parte

  2. Democracia

    Eu defendo a tese que Bolsonarista de verdade não vota em urna eletrônica!
    Aproveitem o domingo pra andar de moto e usar a camisa da seleção

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