de Manoel de Barros
Coração preto gravado no muro amarelo.
A chuva fina pingando… pingando das árvores…
Um regador de bruços no canteiro.
Barquinhos de papel na água suja das sarjetas…
Baú de folha-de-flandres da avó no quarto de dormir.
Réstias de luz no capote preto do pai.
Maçã verde no prato.
Um peixe de azebre morrendo… morrendo, em
dezembro.
E a tarde exibindo os seus
Girassóis, aos bois.