Romário faz três na goleada de 5 a 0 do Barcelona sobre o Real Madri. Vi a lua entre nuvens/fumaça. Alguém escreve que tentou o suicídio pela segunda vez. Lembro dos sonhos vívidos onde sou diretor, mas o script só deus sabe – e como! Me espetaram a gengiva às oito da manhã. Fui a um velório. Segurei as mãos frias de um corpo que abrigou alma vulcânica. Falei para alguém com lágrimas nos olhos que aquele ali, sim, cumpriu a missão – e que missão! O dia era de aniversário. Do irmão que se foi antes do tempo. Será? Para quem quis se matar, escrevi que passei vinte anos tentando isso, mas sem pensar. Talvez a longa experiência tenha me dado a certeza de que viver é emocionante. Por exemplo: quem pode negar que a agulha na gengiva não injetou algo muito além da anestesia? Foi ao cérebro e isso me fez ficar na paz diante de corpos inertes – um na presença, outro na eternidade do pensamento. Para alguém há meio ano navegando nas catacumbas, foi e é, até agora, demais. No Defensores Del Chaco vi Romário destruir o Paraguai numa final do sul-americano de juniores. Depois escrevi e alguém deve ter lido na revista que ia para todas as bancas do Brasil. Faz tempo? Não. Agora. Quem viajou para o inferno foi o ditador Alfredo Stroessner. Ele estava há alguns metros de distância do bico do meu tênis surrado, mas cercado por um exército de seguranças. Sobrevivi. Para contar? Talvez, mas com certeza para tomar mais água com gás e ficar com vontade de groselha.
https://melhoresdabase.com.br/final-do-sul-americano-sub-20-de-1985/
Tinha o Dida do Coritiba e o Taffarel
https://youtu.be/sG9qXgjoUS0?si=LcgEkyyV01iROW8n
Os gols