O telhado do ministro Alexandre de Moraes, do STF, ficou escancarado com a série de reportagens da Folha de S.Paulo iniciada ontem informando que ele usou o “TSE fora do rito para investigar bolsonaristas no Supremo”. Os repórteres Fabio Serapião e Glenn Greenwald tiveram acesso a um arquivo com 6 gigabytes de mensagens e arquivos trocados via WhatsApp por auxiliares de Moraes, entre eles o seu principal assessor no STF. Moraes, à época, também era presidente do TSE. Hoje a pancadaria continuou. com a informação de que Xandão, como é conhecido, escolhia alvos e pedia ajustes nos relatórios do TSE quando lhe convinha para alvejar. Moraes respondeu de forma protocolar afirmando que “todos os procedimentos que adotou foram oficiais e regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria-Geral da República”. O caso já ganhou o rótulo de “Moraesgate”. Juntando lé com cré, a presença do jornalista Glenn Greenwald nas reportagens faz recordar que foi no Intercept Brasil, que ele criou, que a Vazajato veio à tona e começou a minar a reputação dos principais protagonistas da Lava Jato. O modus operandi era mais ou menos o mesmo: mensagens feitas no lado escuro do que aparecia oficialmente. Alexandre de Moraes reinou até agora como o grande e impoluto xerife do STF na luta para manutenção da democracia. Agora os bolsonaristas foram presenteados com um arsenal que os faz posar de perseguidos. Por isso se mobilizam, principalmente no Congresso, para tentar atropelar o ministro. Não se sabe o que vai dar, mas, como ensina o dito popular, é bom que Xandão durma touca.