PARA MEU AMIGO JEAN-ARTHUR RIMBAUD
Para onde vamos, capitão, na nave bêbada
nesta noite do mais escuro escuro?
Os marinheiros jogaram-se no mar
assustados por um medo mais que medo
Não são prados com flores e perdizes
estas ondas que nos querem naufragar
Tudo é escuro: o mar, a noite, a alma
que já sabe que vai mostrar-se à Morte
As madeiras se quebram, rasgam-se os panos
e o barco bêbado brinca em seu naufrágio