de Nilson Monteiro
Meu coração foi apunhalado
em pleno mato,
gritos dilacerantes
borrifaram fogo
na madeira do corpo,
estrelas empalideceram
em silêncio,
vítimas complacentes
nos céus embaçados
Línguas vermelhas
com ventos de tristeza
queimam os olhos,
que nadam secos
em rios putrefatos
Labaredas impunes queimam a paz.
A vida serpenteia e jaz.
O escuro cria escuro.
Nada move o fim.