por José Maria Correia
Hoje pensava no que escrever para minha querida amiga, a jornalista Deborah que faz aniversário.
Como merece tanto e a estima é enorme, não é tarefa simples.
Nem me preocupava ser original .
Queria apenas externar o sentimento do amor fraterno que nós seus amigos cultivamos.
Fiquei em silêncio e refletindo viajei no tempo, como se existisse a máquina do cientista professor Papanatas das histórias infantis em quadrinhos do personagem Brucutu criado por Vincent Hamlim.
Minha primeira reminiscência do desejo que sempre me habitou , a de voltar ao passado.
É o que faço então , e como alternativa possível em minhas memórias, “ o único paraíso de onde nunca poderemos ser expulsos”.
E lá encontro nas décadas de lutas pela democracia e o estado de direito a jovem jornalista Deborah Yankelivich .
Circulando nas redações dos jornais, sempre hiperativa e agitada em busca de notícias.
E com uma rapidez nos teclados como se fosse uma exímia pianista.
E dessas teclas é que nasciam seus textos incomuns, desafiadores e corajosos.
Corajosa porque vivíamos ainda em uma época de ativismos ameaçadores de extremistas e de conflitos entre lados partidários.
Como hoje.
E foi nesse torvelinho de enfrentamentos que nos encontramos muitas vezes.
Cada um em sua tribuna e com seus textos e formas de expressão.
Eu em alguns mandatos e ela me incentivando e apoiando sempre .
Assim como meu irmão e maior incentivador Zé Beto.
Viemos caminhando e aqui no Paraná tivemos alegrias de grandes vitórias e conquistas e amargamos algumas tristezas e perdas.
Exatamente assim, -“ A Vida Como Ela É” título das colunas do mestre Nélson Rodrigues , reacionário na política e revolucionário nos costumes.
Um paradoxo e um gênio.
E foi nessa emotiva viagem pela memória onde vi a Deborah nos palanques das grandes campanhas como a das Diretas Já , nos movimentos pelo repúdio ao racismo e pelo respeito às minorias que cheguei aos dias atuais.
De menina ainda a vejo, mas agora mulher madura, mãe e avó dedicada.
E no seu paraíso e Passárgada feminina.
A Ilha do Mel que frequenta com seu marido e companheiro, protegida pelos mitos das grutas Encantadas e pelo mar do imenso Atlântico e dos deuses submarinos .
Nunca deixou de lutar nessas décadas todas .
Assessorou políticos importantes, deu conselhos, mas jamais abandonou o senso crítico que a notabilizou.
Também nunca deixou de sonhar por um mundo mais justo e igualitário que ressumbre paz e justiça.
Embora esse sonho, esteja cada vez mais distante e os que sonham cada vez mais ilhados.
Ainda assim , ilhados ou não, fazemos parte de continentes e da humanidade.
Solidários, que ouvimos os sinos que dobram por nós e pelos que sentem , sofrem e se comovem como escreveu poeticamente John Donne .
Portanto para minha amiga Deborah desejo todas as décadas possíveis para que parte de seus melhores sonhos deixem de ser as ilusões inatingíveis e se tornem realidade.
Ilusões que nos moveram pela vida toda mas valeram a pena ter vivido.
Que o amor continue intenso em sua vida .
E que ela nos presenteie sempre com bons momentos, boas mesas e mares e amizades sinceras
Grande jornalista Debora, pessoa fantasticae guerreira. Parabéns ……….bela matéria Xerife ……joao feio
Saudade da Débora , que me preocupou, emocionou e principalmente me fez rir ao longo dos anos. Milhões de beijos, Debs.
E Zé vc escreve cada melhor. Já te disse isso. João, bom saber que continuas por aí.
Ruth Bolognese