por Célio Heitor Guimarães
Concordo com Eliane Cantanhêde, do Estadão e da Globo News, o companheiro-presidente está deixando muito a desejar em relação ao esperado. “Governo fraco” – diz Eliane – “é alvo fácil de pressões da Câmara, do Senado, do mercado e da opinião pública”. E é o que está acontecendo com Lula 3, “que sofre derrotas no Congresso e titubeia em questões de grande relevância, como a equiparação do aborto a homicídio e o veto a delações premiadas de presos”. Sublinha a jornalista: “O governo finge que não tem nada a ver com isso, vai, volta e fica no meio do caminho”.
Luiz Inácio tem entrado em divididas desnecessárias e inúteis, como os entreveros com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e com Benjamin Natanyahu, primeiro-ministro de Israel. Enquanto isso, deixa “no sereno” – como aponta Eliane – o ministro Fernando Haddad, o único com bom senso nesse frágil governo.
Com temor da “Bancada da Bíblia”, Lula ameaçou apoiar o projeto de aborto que pune a mulher estuprada com até 20 anos de prisão, enquanto seu estuprador fica sujeito a, no máximo, dez. Precisou a primeira-dama Janja entrar no circuito para o governo acordar. Também no veto às delações premiadas o governo lavou as mãos. E não basta, depois, botar a culpa na articulação política. Não há milagre que dê jeito. O governo é fraco no Congresso e dele se tornou refém.
Por isso mesmo, tem sustentado na equipe o ministro Juscelino Filho, foco de denúncias e já indiciado pela Polícia Federal por emendas parlamentares para a cidade onde sua irmã é prefeita, e por construir uma estrada que beneficia uma única família, a dele. “O ministro tem o direito de provar que é inocente” – tergiversa o presidente. Juscelino é do União Brasil, partido que tem três ministros e tem rotineiramente votado contra o governo.
Em compensação, Lula repete gestões anteriores do PT e, em quinze meses, quatro mil empregados foram contratados por empresas e bancos públicos. É a sua maneira de diminuir o desemprego. Os dados são da Sest (Secretaria das Empresas Estatais).
Outra temeridade já anunciada: Lula avisou que, se for aprovado o PL 442/91, que restabelece o jogo de azar no Brasil, com a reabertura dos cassinos e bingos, ele o sancionará. Não sabe o que diz nem o que estará fazendo, e se submete à “Bancada do Jogo”. Mas este é um assunto ao qual voltaremos. Talvez na semana que vem.
Além de reuniões constantes e igualmente inúteis para dizer obviedade e dar broncas na equipe, Lula continua se dedicando ao que mais gosta: embarcar no Aerolula. No primeiro ano do governo, até havia motivo – o Brasil precisava recuperar a sua imagem internacional, profundamente desgastada pelo trágico ocupante do trono presidencial que antecedeu Lula. Mas, agora, está pegando mal, companheiro.
Em assim sendo, se ao votar em Luiz Inácio o eleitor tinha por objetivo (como foi o meu caso) arredar do poder aquela monstruosidade que estava lá e cujo nome não se diz nem se escreve sob pena de castigo eterno, a missão dele já foi cumprida. Poderá entregar o abacaxi para Geraldo Alckmin, e esticar a lua-de-mel com Janja mundo afora. Por conta própria, é claro.
Fez o “L” né Célio? Achou que o ex presidiário bêbado iria salvar o país e distribuir picanha e cerveja para todos? Toma
Não achei nada, ó Juca. Queria apenas fora do governo aquele débil mental golpista que queria acabar com o Brasil e cujo nome não se pode pronunciar nem escrever sob pena de azar.
Quem diria que CHG, das cartinhas todas, nesta altura de nem meio governo já estaria pedindo a renúncia do lula janjo da silva e de bandeja entregando o trono pro chuchu.
Ah, o “por conta própria” foi o fecho de ouro, imagina como que um cara que desde os anos setenta não sabe o que é trabalhar, vai agora se virar por conta própria.