7:24Sindicalistas denunciam governo do Paraná à Organização Internacional do Trabalho

Da FSP
Gestão Ratinho Junior pediu prisão da presidente do sindicato dos professores após movimento grevista
Presidentes de centrais sindicais que participam da Conferência Internacional do Trabalho em Genebra, na Suíça, entregaram uma denúncia à Organização Internacional do Trabalho em que acusam o governo do Paraná de realizar práticas antissindicais.
Eles listam, na representação, as atitudes tomadas pela gestão Ratinho Junior (PSD) contra greve dos professores, iniciada em 3 de junho e encerrada na noite do dia 5. O alvo do movimento era o projeto que visa entregar a administração de duzentas escolas da rede estadual para a iniciativa privada, aprovado na Assembleia Legislativa do Paraná.

Entre as medidas contra a manifestação dos professores, eles mencionam ação na Justiça em que a gestão estadual pediu multa diária de R$ 100 mil do sindicato dos professores e funcionários de escolas e também a prisão da presidente da instituição, Walkiria Mazeto, por suposta desobediência a uma liminar que tratava da greve.

Eles também citam a utilização de dados internos da secretaria de Educação para enviar vídeo contra a greve para pais e responsáveis por alunos das escolas públicas. O conteúdo do vídeo critica o sindicato e fala de manifestações “partidárias e violentas” que colocariam “seu filho em risco”.

Segundo a representação, assinada por CUT, CSB, CTB e Força Sindical, a gestão paranaense não respeitou o direito à greve, colocou em risco a continuidade de funcionamento do sindicato por meio do pedido de multas elevadas e ameaçou a liberdade individual da dirigente sindical.

Após avaliação de admissibilidade da queixa, a OIT pode abrir investigação sobre o ocorrido

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Em manifestações a respeito do tema, Ratinho Junior disse que a greve foi decretada ilegal pela Justiça, teve baixíssima adesão e que os sindicalistas estavam produzindo fake news sobre os projetos. Sobre o projeto de lei, disse que as mudanças propostas por ele já existem em outros países e ajudam os diretores e terem mais liberdade para trabalhar.

O governo paranaense também fez críticas ao sindicato devido a protesto que terminou em confusão em 3 de junho. A multidão que participava da manifestação forçou a entrada no prédio do Legislativo e foi recebida com bombas de gás lacrimogêneo. Cinco pessoas tiveram ferimentos leves, incluindo dois policiais militares que faziam a segurança do local.

A procuradora do estado, Mariana Carvalho Waihrich, chamou a mobilização dos professores de “atos antidemocráticos e terrorismo”.

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