por Vanderlei Rebelo no blog Paraná Político
Evangélicos terão peso considerável nas eleições de Curitiba
Pelo menos três dos principais pré-candidatos à prefeitura de Curitiba participaram no último sábado (18) da Marcha para Jesus, que teve a presença de milhares de pessoas (avaliações extraoficiais falam em 60 mil), apesar das chuvas fortes por quase todo o dia.
Estiveram no evento promovido por igrejas protestantes o deputado federal Beto Richa (PSDB), o deputado estadual Ney Leprevost (União Brasil) e o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD). Os três são católicos, mas todos eles cultivam uma relação de proximidade com as igrejas evangélicas e pentecostais em geral.
Richa já participou de inúmeras edições da Marcha ao longo de seus mandatos como prefeito de Curitiba e governador. Ney Leprevost não só foi à marcha como, em rede social, cutucou Pimentel ao dizer que ele foi embora quando começou a chover.
Não há pesquisas recentes sobre o número de evangélicos em Curitiba. No censo do IBGE de 2010 eles representavam 24% da população, mas é muito evidente que essa percentagem cresceu nos últimos anos. Um levantamento já indicou que 70% dos mais de mil templos religiosos da cidade são evangélicos ou assemelhados.
O forte engajamento político das lideranças evangélicas – e também de demais denominações – levou à eleição de vários de seus representantes à Câmara dos Deputados, Senado, assembleias estaduais e câmaras de vereadores. Na Câmara, a Frente Parlamentar Evangélica, criada em 2003, é constituída por mais de 170 deputados, 15 deles paranaenses.
A maioria dos evangélicos é apontada como fortemente bolsonarista e hostil às propostas ou postulados de esquerda – embora haja uma pequena minoria de pastores ligados ao PT. A inevitável correlação entre bolsonarismo, conservadorismo e avanço dos evangélicos em Curitiba – e no Paraná como um todo – reforça a visão de um eleitorado que se inclina abertamente para a direita.
Isso explica a frustrada tentativa de Beto Richa de se filiar ao PL de Bolsonaro, no mês passado, e as afirmações de Eduardo Pimentel, em entrevista à rádio BandNews Curitiba, de que gostaria de ter o apoio do ex-presidente. “Ideologicamente, sou uma pessoa de centro-direita”, disse Pimentel, ecoando o que Richa dissera alguns dias. “Sim, quero o apoio dele (Bolsonaro)”, enfatizou o vice-prefeito, que já tem a promessa de apoio do Republicanos, do MDB e do Podemos.
É uma mudança significativa na postura de políticos ou pré-candidatos, corolário do avanço bolsonarista e das ideias conservadoras ou mesmo reacionárias. Na era pré-Bolsonaro, ninguém se atreveria a se dizer de direita, ou mesmo centro-direita.
Até mesmo personagens que jamais seriam identificados com essa parte do espectro político se dizem de direita, a ideologia que, agora, ousa dizer seu nome, sem medo de sair do armário.
Eh o evangelistao
Alguém deve ensinar ao autor do texco que “diireita” não é ideologia, coo esquerda também não é. Os termos servem para definir posturas POLÍTICAS, o que nao significa ideologia.