Do Goela de Ouro
Procuradores e Moro manobraram para escolher processos
Os diálogos apreendidos pela Operação Spoofing, sobre ações combinadas entre procuradores da Lava Jato e o ex-juiz Sergio Moro, mostram que o grupo manobrou durante anos para escolher os processos, os alvos e o foro judicial em que os casos teriam andamento. No Paraná, o alvo mais notório foi o ex-governador Beto Richa.
Os processos com mais detalhes desse tipo de procedimento envolvem as operações Integração (sobre o pedágio) e Piloto (sobre a PR-323, uma rodovia estadual, que sequer tinha justificativa para tramitar na Lava Jato e na Justiça Federal). Nos dois casos, as manobras se iniciaram ainda em 2016 e se estenderam até o final de 2018.
Sobre a Operação Piloto, Moro recebeu a denúncia dos procuradores em maio de 2018, mas em junho o STJ acolheu recurso da defesa e remeteu o processo para a Justiça Eleitoral. Em diálogo de 20 de junho de 2018, os procuradores reagem. Roberson Pozzobon escreve: “Sacanagem demais”. Outro procurador, Diogo Castor de Mattos, comenta: “esta é a sabotagem mais ostensiva da RD contra a gente…” RD seria a então procuradora geral da República, Raquel Dodge. Outros ainda se mostram inconformados, com um palavrão (“PQP”) e críticas: “Isso foi o fim do mundo” (Isabel Grobba) e “Surreal isso… jogando contra o próprio time” (Julio Noronha), novamente em referência a Raquel Dodge.
Em 21 de julho de 2018, o TRE decide devolver o processo da Operação Piloto para Sergio Moro. No dia seguinte, o procurador Deltan Dallagnol comemora: “Relógio volta a ticar”, sugerindo que o tempo voltava a correr para o desfecho que culminou com prisões e buscas no dia 11 de setembro de 2018.
A defesa do ex-governador Beto Richa recorreu ao STJ, mas sem sucesso. No dia 1º de agosto de 2018, o procurador Diogo Castor de Mattos revela: “alinhei com o delegado para relatar imediatamente e com a promotora eleitoral pra arquivar”. De fato, a ação havia tramitado por apenas 42 minutos na Justiça Eleitoral, sendo arquivada e devolvida a Moro, para prosseguimento.
No dia 30 de agosto de 2018, às 08:18:51, o procurador Orlando Martelllo se manifesta, dizendo que a deflagração da operação contra os alvos da investigação poderia esperar um pouco. “Ademais, acho q a defesa ainda está boiando, certo? Com a palavra o Diogo”. Quem responde é o procurador Carlos Fernando, às 08:28:58: “Acho que não. A denúncia, em relação ao Rollo é Atherino, é suficiente. Precisamos firmar a competência antes de uma reviravolta. Veja o caso Mantega”. As referências são ao ex-chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, ao empresário Jorge Atherino e ao ex-ministro Guido Mantega.
Às 09:17:20, Carlos Fernando ressalva que “a denúncia é razoável em realação ao Rollo e ao Atherino”. E, às 09:17:54, complementa: “É preciso que o Diogo explique bem na peça o motivo pelo qual não é eleitoral, mesmo que isso seja óbvio”.
No dia 31 de agosto de 2018, às 17:43:31, Carlos Fernando chama a atenção do grupo de procuradores, escrevendo: “Vamos botar as claras. Essa denúncia está saindo antes da hora para firmar competência. Haverá denúncia complementar. O risco de absolvição é evidente”. E, às 17:46:33, acrescenta: “O que a investigação precisa é de pressão no Rollo e Atherino”, numa provável referência à estratégia largamente empregada pela Lava Jato de obter delações premiadas para incriminar outras pessoas.
No dia 11 de setembro de 2018, a Operação Piloto foi posta na rua, com buscas e apreensões na casa de Beto Richa e as prisões de Deonilson Roldo e Jorge Atherino, entre outros. Num trecho dos diálogos, há um registro de Deltan: “Diogo lavou a alma”.
No mesmo dia, às 11:12:41, o procurador Paulo Roberto Galvão faz o convite para comemorar o “sucesso” da operação: “caros, hj precisamos de um lugar reservado e low-carb, então reservei uma sala no Camponesa do Minho às 20h. fica na padre anchieta.” A procuradora Jerusa Viecili questiona: “Da pra remarcar?” Outra integrante da Lava Jato, Laura Tessler, sugere: “Poderia ser semana que vem, né? Aí não corremos o risco de sermos mal interpretados”. Deltan tranquiliza a todos: “Sala reservada”. O jantar comemorativo das operações contra Beto Richa e outros ex-integrantes do governo, com bacalhau e vinho branco, aconteceu naquela noite, no restaurante Camponesa do Minho, no bairro do Bigorrilho, em Curitiba.
Quanta sacanagem. Esse povo enganou muita gente. Repugnante.
Bah e quanto tempo esses Moro e Dallagnol vão levar ainda para serem presos? Pois é muita audácia desses pilantras ferrarem com um presidente e com o governador do estado!
Mas pra pegar ladrão tem que comunicar, não vi ninguém roubando nada entre os procuradores, é óbvio que há comunicação entre eles, mas isso não é crime, crime é roubar dinheiro público… Vcs são tolinhos … Ou são da torcida dos gatunos da verba pública ou melhor do dinheiro do contribuinte