de Carlos Castelo
13 de junho de 2024. Em uma semana tem início a Copa América, nos Estados Unidos. Carlo Ancelotti estreia como treinador da seleção brasileira de futebol. Numa sala da CBF, seu presidente faz um “report” da situação que o ex-técnico do Real Madrid encontrará.
– Carlo, a coisa está meio complicada, mas uma sucessão de vitórias vai fazer todos esquecerem a crise.
– Aconteceu mais alguma coisa?
– Sim, e da nossa penúltima posição nas Eliminatórias da Copa do Mundo.
– Bom, fora isso, teve a saída do Ramon Menezes. Você está por dentro da troca, Carlo?
– Soube, soube. Ninguém quis o cargo e vocês convidaram o Bernardinho, do vôlei, pra treinar a seleção.
– Pois é, ele começou até que bem. Mas a quantidade de gols de mão que os atacantes marcavam gerou um mal-estar tremendo na Comissão Técnica. Era até bonito ver o goleiro arremessando as bolas da pequena área com o saque “jornada nas estrelas”, só que…
– Foi aí que a CBF deixou o time sem treinador nos últimos seis meses? A imprensa europeia noticiou…
– Exatamente nessa época.
– Che disgrazia! A situação não está nada fácil, hein?
– Verdade. Mas o problema maior foi o jogo-treino contra o Votuporanguense.
– O que houve, presidente?
– Resolvemos abrir os portões ao público e eles bateram, com os reservas, no nosso time A.
– Disso, eu não tinha conhecimento. O saldo de gols negativos do Brasil, no total, em 12 meses, está em 27, confere?
– 31. Teve os quatro que tomamos do time mirim do Tombense.
– Seja o que Deus quiser. Só o que me resta agora é pegar esse selecionado, instruir, motivar e botar pra disputar a Copa América.
– Que selecionado, Carlo?
– Ora, a seleção brasileira de futebol!
– Seleção, por algumas razões que depois te explico, nós não teremos. Pelo menos para esse certame, entende? Dia 20, você entra em campo com os 11 titulares. Mas do Votuporanguense.
– Como é que é?
– Ah, não desmerece o time, vai! Eles meteram um chocolate de 9X1 na seleção naquele jogo-treino…
(Publicado no Estadão)
A seleção brasileira e o Brasil tem uma semelhança inconfundível. Vivem do improviso, uma bagunça. Nesta zorra total alguém ganha pela incompetência. Desorganização planejada.