Do enviado especial

Presidente da Câmara faz ataque xenofóbico em Foz do Iguaçu

O presidente da Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu, João Morales (União Brasil), fez um ataque xenofóbico numa cidade que tem mais de 80 etnias. Os ataques de Morales tiveram dois alvos: o prefeito Chico Brasileiro (PSD), nascido no Nordeste, e o secretário municipal de Administração, Nilton Bobato, nascido em São Paulo. “Pra eles serem quem eu sou, eles tinham que ter vivido aquilo que eu vivi. Nascido na cidade de Foz do Iguaçu. Eles não são nascidos na cidade. Vem de fora e mandar na nossa gente e isso não é certo”, insultou Morales.

A bronca de Morales se dá porque tanto o prefeito quanto o secretário não lhe consultaram para propor o tarifa zero aos estudantes e nem para majorar o preço do orçamento rotativo. “Eu tenho sangue iguaçuense e história em Foz do Iguaçu”. justificou o vereador.

Chico Brasileiro, nascido em Piancó (PB), é dentista e servidor municipal, mora há mais de 30 anos na cidade. Já foi vereador por dois mandatos, secretário municipal, vice-prefeito, deputado estadual, eleito e reeleito prefeito de Foz do Iguaçu.

Nilton Bobato reside em Foz do Iguaçu desde 1980. Exerceu dois mandatos de vereadores e foi eleito vice-prefeito entre 2017-2020. Os dois, portanto, estão enraizados em Foz, formaram famílias e têm filhos nascidos na cidade.

Diversidade
Foz do Iguaçu também é conhecida por sua diversidade étnica. Uma cidade de tríplice fronteira com Paraguai e Argentina, Entre as suas etnias se destacam paraguaios, argentinos, árabes, palestinos e descendentes de coreanos, chineses, alemães e italianos.

Entre os 15 vereadores eleitos nesta legislatura, Morales convive com Anice Gazzaoui, Adnan El Sayed, Kalito Stockel e Yasmin Hachem – os quatro descendentes árabes. Entre os parlamentares, oito não são nascidos em Foz.
Entre os iguaçuenses estão Stockel e Yasmin. No site do legislativo, Morales omite sua naturalidade.

No projeto político para 2024, Morales almeja ser candidato a vice-prefeito na chapa do general Joaquim Silva e Luna (Republicanos) que morou apenas por dois anos em Foz do Iguaçu.