17:56Escrito à mão

O poeta manda cartas escritas à mão. Não há como não cantar quando o carteiro chegou e o meu nome gritou. O poeta é um ser ao contrário. A alma envolve seu corpo. Ele escreve como se vivesse um filme. Se acabou de fazer o café, dois meses depois, quando abro o envelope, sinto o cheiro, o efeito da cafeína na mente privilegiada, vejo a xícara – e se ela não é daquelas floridas, se transforma na hora, porque ele merece. O poeta sofreu dores físicas, quietinho como ele é, mas todos os anjos, aqueles que nos protegem nos cartazes que ganhamos na primeira comunhão, eles se reuniram e rezaram para que o poeta continuasse poeta aqui na Terra, para mostrar que há esperança. O poeta também tem muito humor, mas não que ele pense, escreva, etc. Ele viveu, vive e viverá as situações mais hilárias. Para contar aos privilegiados que o conhecem – e sempre, sem rir, como se fosse a coisa mais normal do mundo. O poeta veio de longe e ficou. Porque estava escrito – à mão. E nós… ah, que felicidade  lê-lo de todas as maneiras. Zeca Corrêa Leite.

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Uma ideia sobre “Escrito à mão

  1. Zeca Corrêa Leite

    Rapaz, você me faz chorar.
    Sem palavras, mas com sentimentos, agradeço.
    Deus o abençoe.

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